Six Records of a Floating Life [PT/BR]

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Na universidade, havia um colega de classe com quem eu me dava muito bem. Tínhamos o mesmo apreço por obras escritas peculiares e analisávamos juntos os pontos únicos. Ele se tornou a primeira alma gêmea platônica da minha vida. [1] Uma vez eu estava lendo “Os Assaltos à Padaria”, de Murakami, havia uma parte que comparava o reflexo invertido do pico de uma montanha na água com a sensação de fome. Achei uma novidade e contei a ele.

Poucos dias depois, ele disse que estava com fome à noite, lembrou-se dessa parte do romance e ficou com ainda mais fome. Depois de ouvir isso fiquei muito satisfeito, foi como se tivesse sido elogiado.

Ele é a única pessoa que sabe sobre o relacionamento entre meu marido e eu. Estou muito grato a ele. Quando contei a ele, mesmo que ele não conseguisse entender, ele ainda expressou grande aceitação e apoio.

Depois de se formar, ele foi para a Academia de Ciências de Shenyang para fazer pós-graduação. Às vezes conversávamos online e ele sempre perguntava “Vocês ainda estão bem?” Eu entendo o que ele quis dizer, ele está preocupado conosco.

Na universidade, o ambiente era puro. Se nós dois fôssemos próximos, outros apenas pensariam que éramos bons irmãos. Mas ao entrar na sociedade, o coração das pessoas era complexo e precisávamos considerar as coisas constantemente. Sem ações íntimas em público, nunca visitando o local de trabalho do outro, ao encontrar colegas de trabalho na rua diríamos apenas que este é meu amigo da universidade. Temos que nos esconder com cuidado e prudência dos olhos do mundo exterior.

Escrevi um artigo chamado “Devo agradecer a um amigo íntimo” para agradecê-lo.

[1] (/知己) É como um amigo que te entende completamente. Não precisa necessariamente ser romântico, pode ser, mas não é neste caso, então enfatizo platônico.