Cap 15- Sequestro

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Após os outros acordarem, fomos ao banheiro e depois voltamos lá pra baixo. Minha mente estava a mil com toda aquela informação, e o pior de tudo, eu não sabia se contava aos outros ou não. No fundo, eu sentia que não podia contar tanto assim com eles.

--- Aurora, conta um pouco como é o planeta Terra. Soube que você tem uma tecnologia bem legal- Mada se aproxima.

--- Ah, verdade. - Peguei meu celular e meu carregador, pus em uma das tomadas e começou a carregar - Bom, meu celular aqui é inútil, mas pelo menos podemos ouvir boas músicas.

--- Posso ver? - Mayron diz pegando o celular

--- Espere carregar primeiro, depois você pode ver.

Eles continuavam conversando, meus pensamentos estavam desorganizados demais, eu já não sabia dizer se aquilo era real ou não. "Como eu vim parar aqui?" "Eu era daqui?" Aquilo não fazia sentido algum.
Eu precisava falar aquilo com alguém, eu podia falar com João, mas agora era quase impossível com Mada e Mayron aqui. Eu podia contar a Júlia ou ao Joaquim, mas nenhum deles estava ali.

"O que eu faço...?"

Já sei! Eu vou contar pra João escrito, talvez ele saiba de alguma coisa. Peguei meu caderno de escola e meu lápis.

--- Você tem folha! - Mada diz feliz - Poderia me emprestar uma? Há tanto tempo que não escrevo

--- Ah... Claro! - Sorri fraco. Dei uma folha para cada um e uma caneta e lápis. Eu fiquei com a caneta vermelha.

Enquanto todos estavam distraídos escrevendo, cada um no seu canto, eu pensava em como explicar pra João que eu sou filha do Richard.

"Como eu começo?"

Demorei um pouco, mas no final saiu. Escrevi que estava começando a recordar do meu passado, que eu era adotada e que suspeitava que meu era Richard. Falei vagamente sobre as lembranças que tinha, mas não contei sobre o frasco vermelho. Falei vagamente das Mutações que Ocorriam na cidade mais rica, que o diário era meu e que havia um túnel para sair da cidade rica.

No final dobrei a carta e esperei ansiosa para entregá-lo, mas Mada e Mayron não davam sossego. Guardei a carta no meio do diário e deixei em cima da mochila. Depois peguei meu celular e pus no meu bolso.
De tarde, meus instintos estavam aguçados novamente, eles sempre ficavam assim na presença de um monstro.
Eu conseguia ouvir passos lá fora, um pouco pesados.

--- Eles ainda estão aqui... - Assim que falei, os outros me olharam assustados

--- Aqui deve ser seguro, não é? - Mada parecia meio apreensiva

--- Talvez - Mayron olha para porta como se esperasse que ela abrisse

Depois de alguns minutos, todos ouvirás passos pesados no andar de cima. Olhamos assustados uns pros outros e ficamos em silêncio total. Nós sabíamos que era quase impossível alguém nos escutar lá fora, mas o medo era terrível.
João pegou sua espada e ficou mais próximo a porta, bem ao lado dela. Mayron e Mada fizeram o mesmo, mas continuaram de longe, bem temerosos.

Após um tempinho, os passos foram ficando mais distantes e baixos. Até que não ouvíamos mais nada.

Continuamos em silêncio por alguns minutos.

--- Acho que já está tudo bem - João fala sussurrando.

--- Espero... - Mada diz apreensiva

--- Mas que hora desse bicho aparecer. Daqui a pouco vamos no banheiro- Mayron deixa claro que estava apertado

--- Eu também estou a fim, mas acho melhor nos virar aqui em baixo - Mada parecia bem apreensiva

--- Onde está a coragem de vocês ?- João diz um pouco irritado - Vocês são os únicos fracos do time

--- Eu não faço questão de me atirar à morte como vocês - Mada diz convicta

--- Vamos esperar mais um pouco e depois vamos ao banheiro. Não deve ser um monstro muito sinistro, visando que passou pela porta da frente tranquilamente.

--- Verdade - João alfineta Mada e Mayron

Depois de passar 1 hora, nós não aguentamos mais.

--- Virem - Dei a ordem a eles antes de abrir a porta

Como sempre, eles hesitavam um pouco, mas acabavam aceitando. Pensavam que era ordem de Joaquim não dizer a senha para eles.

Abri a porta um pouco temerosa, eu não sentia nada, então estava tudo bem.
Subimos e fizemos nossa higiene no banheiro. Antes de sair, meus sentimentos estavam aguçados novamente, eu conseguia escutar e sentir o cheiro das coisas de longe.
Foi quando ouvi uma criança gritar por ajuda, eu estranhei, pois ela falava no meu idioma, mas o povo da cidade baixa parecia dominar os dois idiomas.

--- Vocês estão ouvindo?- Perguntei a eles antes de entrar no porão

--- Não- eles me respondem

--- Tem uma criança lá fora pedindo ajuda

--- Você tem certeza? - Mada olha desconfiada

--- Ela diz, é verdade. Da outra vez ela escutou uma criança de longe pedir ajuda. - João pós fé em minhas palavras

Ouvi novamente a voz, parecia ser pequena.

--- Precisamos ajuda- lá o monstro pode está por aqui ainda - Falei um pouco desesperada

Mada e Mayron pareciam hesitar um pouco, mas João pegou sua espada e distribuiu a de Mada e Mayron.

--- Por que uma criança só se manifestaria agora? - Mayron diz ainda hesitante

--- SOCORRROOO

Todos olharam assustados uns para os outros. Um barulho foi escutado e com certeza era de um monstro atormentando uma criança.

--- Agora vocês têm provas o suficiente? - João sai em disparada e corremos atrás dele junto

Pelo barulho, não era muito longe. Corremos em direção ao bagulho do monstro. O monstro se localizava em frente a uma casa como uma grande sombra. João, Mada e Mayron se juntaram para acabar com o monstro. Enquanto eles atacavam o monstro que era grande, eu entrei para salvar a criança.
A casa estava escura, e assim que entrei, vi uma criatura bizarra. Dei passos para trás

--- AAAAAAAAAAAH- Gritei e corri em direção a porta.

O mesmo me agarrou e pôs em sua cacunda. Eu continuava a gritar e ele andava como se não fosse nada.
O monstro saiu e João caiu para trás quando viu a criatura bizarra.

--- É ele...- Ele tinha a respiração fora de controle e não conseguia mover um músculo

Mada e Mayron não fizeram nada. O monstro apenas riu e eu apaguei após o monstro me pôr pra "dormir" com um golpe.

Um amor que transcende o tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora