Cap 22- Adeus vida monótona

56 8 0
                                    


Entrei no banheiro e desembrulhei o papel.

*Casa de Paulo às 21h em ponto. Coloque o máximo de roupa que puder. Traga armas escondidas. *

Estava tudo pronto de verdade? Eu nem podia acreditar, mas queria saber como ia ser isso. Nossos superiores já desconfiam de nós. Pude perceber isso tanto pela conversa mais cedo, como pelas olhadas, eles não deixavam de nos olhar nem por um segundo hoje. Por isso só pegava suprimentos quando me pediram para fazer algo.
O clima estava tenso e agora, eu, Lucas e Joaquim estavam com punição. Joaquim havia sumido, provavelmente Lucas sabia onde ele estava e já devia ter dado seu jeito.

Eu tomei banho às 20h, coloquei duas calças grossas, 3 blusas, 1 casaco mais fino e outro mais grosso, por fim, pus o cachecol. Estava parecendo um fofão, mas estávamos todos com roupas largas. Escondida, peguei uma adaga e escondi no tornozelo, peguei outra adaga e coloquei perto da coxa com ajuda de um cinto de perna, peguei minha espada e pus o suporte por dentro da calça, o cabo ficava tampado pelo casaco grosso que peguei.
Com certeza João já havia ido, eu não vi ele desde o treinamento.

"Como Lucas organizou isso?"

Se sumir de um em um, fica mais difícil de perceber a ausência. Como chegamos ontem, eles nos deixaram livres depois das 17h.

--- Nos ajude a fazer a comida, Mada- Uma menina a chamou.

A essa hora, as pessoas na cidade estavam indo buscar comida na base. O que era perfeito, eu simplesmente podia sair sem ninguém desconfiar de nada.
20h e 30min eu estava ansiosa, então fui logo para casa de Paulo.
Andei entre o povo que ia e vinha. Desde ontem, muitos cidadãos chegaram, a cidade já estava bem povoada novamente.
A noite estava fria, pus o cachecol tapando até meu nariz. Eu me sentia muito ansiosa, mesmo vendo que ninguém desconfiava de mim, parecia que a qualquer momento iriam me pegar. Se soubessem de nossa fuga, estavamos completamente ferrados e nossos irmãos com certeza não nos perdoariam pela nossa atitude egoísta.
Sentia um aperto grande em meu coração quando vi a casa de Paulo. Bati na porta apreensiva e ele abriu.

--- Está pronta? - Ele tinha um olhar ansioso

--- Sim!

Ele saiu da casa com e estava cheio de roupas igual eu. Saímos de fininho pela multidão. Entramos nas ruas mais desertas e fomos até a floresta. Eu queria perguntar pra onde ele me levava, mas era bom manter silêncio na floresta. Nós continuamos andando como loucos, não chegava de jeito nenhum. Ficamos andando cerca de meia hora. Até que avistamos o caminhão que Paulo havia dirigido.

--- Estamos perto.

O caminhão estava perto da estrada que era do outro lado da pequena montanha da cidade.

"Andamos tanto e só estamos atras de uma montanha furreca da Cidade Baixa?"

--- Chegaram cedo - Lucas sai de trás do caminhão

--- Ela apareceu antes- Paulo ligou o caminhão, suas mãos tremiam sem parar

--- Sobe - Lucas me chama para subir na parte de trás

Quando entro, me deparo com Iara, João, Joaquim e Ruan. Joaquim estava muito estranho, ele respirava com dificuldade.

--- Ótimo, precisamos tirar o dispositivo agora. - Lucas pega sua adaga

Ele tirou primeiro de João, ele fazia caras e bocas quando Lucas começou a procurar o negócio pequeno com os dedos.
Joaquim estava com a mão enfaixada, provavelmente já tinha tirado. Ele colocou a mão no peito, parecia que sentia dor ao respirar.

"O que fizeram com você?"

--- Quem é o próximo? - Lucas olha para nós - Vamos logo, vão acabar dando falta de nós.

Um amor que transcende o tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora