cap 5-

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Arrumei as coisas na minha mochila, coloquei comida, água e algumas coisas que nos poderiam ser úteis caso alguma imprevisto acontecesse. Comigo eu carregava um sobretudo enorme e grosso, marrom escuro, e botas de cano alto.
Terminamos nosso almoço e nos encontramos junto com outros Irmãos que iriam ajudar.

- Mada, você também estava aqui? - Julia se aproximou da menina

- Julia! Sim, eu estava perto quando avistei aquela enorme tsunami e subi a Montanha.

Algumas pessoas conversavam entre si, ao todo éramos 10.

- Você conseguiu um meio de transporte? - Joaquim perguntou ao Líder da Montanha

- Sim, temos um caminhãozinho militar. A parte de trás dele é aberta, mas tem cobertura.

- Ótimo. Obrigado pela hospedagem

- Nada, nossas dividas estão pagas agora. - O homem vira as costas e sai andando

- Paulo, já temos o caminhão, vamos?

- Sim... - ele dizia apreensivo

Já estava mais que na cara que não eram todos que se acostumaram com aquele inferno. Só Joaquim mesmo...
Nós entramos na parte de trás do caminhão prestes a sair. Joaquim se sentou ao meu lado e João do outro.
Os outros ficavam me encarando, como se eu fosse um animal de uma espécie diferente. Sera que eles já sabem?

- Como faz pra carregar seu aparelho?- João pergunta curioso

- Preciso de elétricidade, uma tomada.

- Tá, mas como?

- Eu vou conectar um cabo na tomada e a outra ponta eu vou conectar no Cell, deixo carregar e depois tá pronto.

- Ah, sim, é simples... Só precisamos de eletricidade

Eu olhei seria para ele. "Foi o que eu acabei de dizer..." Olhei para Joaquim e ele parecia meio voado.

- Pensei que você fosse sentar na frente com Paulo e ir orientando ele - Tentei puxar um assunto

- Não, Mayron já está fazendo isso.

- E então... Como vai ser o plano pra resgatar seu povo, caso algo tenha acontecido?

- Veremos quando chegar lá. - Ele continuava olhando fixamente para o chão

Não atrapalhei mais ele. A viagem foi em silêncio. O sono estava me pegando de jeito com aquele balanço do desnível das ruas. Eu tentava ficar de olhos abertos, mas eles involuntariamente fechavam, até que adormeci.

- Hum!- O caminhão dá um arrancão e minha cabeça cai

Me consertei no banco e arrumei meus cabelos. "Quanto tempo dormi?" Olhei para a parte de trás, já estávamos perto? Não havia nada no lugar, só mato.

- Dormiu bem?- Joaquim sorri levemente

- Ah, sim- acabei sorrindo de volta imaginando eu quebrando pescoço enquanto os outros me viam.

Ele apenas ri um pouco envergonhado e continua olhando pra frente. Eu não entendi nada e João percebendo acabou rindo também.

- Você tava com a cabeça apoiada no ombro do Joaquim enquanto dormia, só faltava babar a camisa dele - João cochicha pra mim rindo

A viajem estava aparentemente tranquila. Os outros olhavam para mim rindo da situação, mas nem liguei. Confesso que imaginei o estado que eu devia estar, mas com a cabeça apoiada nos ombros fortes e largos de Joaquim... Céus! Preciso parar com esses pensamentos estranhos. Ele é bonito, mas não é como se fosse rolar algo entre nós.

Um amor que transcende o tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora