#86: "Quero nosso primeiro filho"

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Janeiro de 2027

KEEGAN

Acordo e sento me espreguiçando, vendo o Alex dormir de barriga pra baixo.

— Lindo. — digo baixinho alisando as costas dele, descendo a mão até sua bunda branca.

Estou casado há um ano com ele já, e estou amando, nem sei explicar direito. O Alex é um ótimo marido, ele é cúmplice, sempre carinhoso e está sempre me fazendo feliz.

— Já acordou mexendo na minha bunda? — ele pergunta com a voz rouca.

Rio.

— É que ela é tão bonitinha, sabe?

Ele se vira de barriga pra cima.

— Você é bonitinho. — ele diz com ênfase no "você".

Dou um selinho nele.

— Puxa, você é até demais. — digo fazendo carinho no rosto dele. — Um "até demais" muito bom.

Ele senta.

— Eu dormi ontem pensando numa coisa.

— No que, meu bem? — pergunto.

— Quero nosso primeiro filho.

Sorrio.

— Sério?

— Sim.

— Eu acho ótimo! Eu também quero.

— Barriga de aluguel? — ele pergunta. — A Brigitte sempre disse que carregaria um filho meu.

— Super fofo da parte dela, mas será que ela não prefere só doar um óvulo?

— É uma boa, amor.

— Que tal a gente procurar uma clínica? — sugiro.

— Sim, vamos fazer isso.

[...]

— Amigo, que bom! — diz o J.J animado quando eu falo sobre o filho.

— Né? A gente tá pensando em fazer com barriga de aluguel.

— É, a história da Brigitte.

— Só que a Brigitte tem a vida dela em Paris, e eu acho melhor ela doar só um óvulo.

— A ideia não é má.

— Eu não conheço ninguém que poderia ser barriga de aluguel, então eu e o Alex pensamos numa clínica.

— Eu sei!

— Sabe?

— A Lydia.

— Lydia...

— Do café.

— Ah! Eu não sabia que ela já tinha sido barriga de aluguel.

— Duas vezes.

— Nossa, que barato.

— E ela é casada e tem uma filha.

— Jura?

— Ela é séria, então ajuda a situação toda.

— Com certeza.

— Você e o Alex deveriam falar com ela, pra saber como é que é direitinho.

— É... A gente precisa falar com a Brigitte também.

[...]

Poucos dias depois.

— Vocês querem falar sobre o que eu estou pensando? — a Brigitte pergunta sorridente. — Senão não teriam pedido pra eu vir de Paris.

— É, realmente. — digo.

— É sobre isso mesmo, prima. — confirma o Alex.

Ela dá um gritinho.

— Ai, vocês vão ter um bebê!

Sorrio.

— Só estamos repensando a maneira com a qual teremos esse bebê. — diz o Alex.

— Estão? — ela pergunta.

— É que você não precisa necessariamente carregar essa criança. — digo. — Mas você seria de grande ajuda do mesmo jeito.

— Fiquei confusa.

— Você pode doar um óvulo. — diz o Alex.

— Ah, claro! Esqueci completamente.

— Nós até conversamos com uma conhecida do J.J que já foi barriga de aluguel duas vezes. — o loiro continua. — Ela tirou algumas dúvidas e nos deu um pouco de segurança.

— Você não se ofende, não é, Brigitte? — pergunto.

— Imagina, Keegan. A decisão é completa e exclusivamente de vocês. E outra, será o maior prazer doar um óvulo pra vocês serem pais.

— Como disse o Keegan uma vez, você sou eu de saia. — diz o Alex.

Ela ri.

— E é mesmo. Assim nossos filhos serão bem parecidos com a gente, ou pelo menos um deles. — digo.

— Sendo assim, o esperma pra inseminação será do Keegan. — diz o Alex. — A criança terá características de nós dois.

— E quando eu posso fazer a doação?

— A gente vai na clínica pra ter total segurança primeiro, e se der tudo certo a barriga de aluguel vai ser a Lydia mesmo. — digo.

— Eu fico um tempinho em Londres, então.

[...]

ALEX

Fevereiro.

Poucas semanas se passaram, tudo deu certo e a inseminação foi feita com o óvulo da Brigitte e o esperma do Keegan. Decidimos que a Lydia mesmo ia ser a barriga de aluguel, e assim foi.

Agora eu tô no trabalho esperando o resultado do exame de sangue pra saber se a Lydia está grávida.

Meu celular toca.

— É da clínica!

*Ligação on*
— Alô.

— Senhor Connor Marchand?

— É ele.

— Então, sr. Marchand, aqui é da clínica [...], estou ligando pra avisar que a inseminação deu certo. Lydia está grávida.

— Ah, que maravilha! Obrigado!

— De nada, sr. Marchand. Tenha um bom dia.

— Você também.
*Ligação off*

Ligo rapidamente pro Keegan.

*Ligação on*
— Amor, a inseminação deu certo!

— Sério, meu bem? Que bom! Agora é só esperar e seremos papais.

— Não vejo a hora!

Continua...

The Right Way of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora