#77: Audiência final

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Sexta, 17 de março de 2023, 16:00

KEEGAN

Acabo de parar na frente do tribunal com o J.J, hoje é a audiência final do divórcio. Sim, isso mesmo, audiência final!

— Eu tô vendo que você tá meio pra baixo. — ele diz.

— É, talvez um pouco. Eu tô muito feliz de botar um ponto final nesse processo, mas também tô deprimido de acabar meu casamento, eu nunca imaginei que iria me divorciar.

— Deve ser deprimente mesmo, né, amigo. — ele pega nas minhas mãos. — Mas não esquece, tem muita gente aqui por você só querendo seu bem. E o Alex vai entender sua tristeza.

— Eu sei. — sorrio. — Seu primo é super despreocupado.

— Tá quase na hora. Mas, olha, se você for ficar triste tá tudo bem, é normal.

Assinto.

— Vou lá, meu advogado já deve estar aí.

— Uhum.

Abro a porta e saio do carro.

— Até daqui a pouco.

Fecho a porta e entro no prédio do tribunal.

— Olá, Keegan.

— Oi, doutor.

O Mario me lança um leve aceno, o qual eu correspondo. Por falar no Mario, ele já está morando em outra casa, nós dois contratamos um corretor e colocamos a casa a venda, mas ninguém comprou ainda.

— Já devemos entrar. — diz o advogado.

— Claro. — digo e o acompanho até uma sala.

Essa sala não é muito grande, tem só uma grande mesa daquelas de reunião e logo a frente a bancada do juiz, tanto a bancada quanto a mesa de reunião tem aquele tom escuro e avermelhado de verniz.

[...]

Pronto, agora eu sou um homem divorciado. Eu estou feliz? Estou. Eu não tenho ressentimento do Mario, mas ainda bem que me livrei dele, e eu espero que ele consiga se livrar de seu ciúme e achar outro homem pra ele.

Agora, eu estou transcendente? Não. Sinto como se uma parte tivesse sido arrancada de mim, ainda mais depois de 15 anos com o Mario. Mas, eu sei que eu precisava fazer isso, e que não criei problemas do nada.

— Obrigado, doutor.

— Só estava fazendo meu trabalho, Keegan. — ele sorri simpático. — Bom, eu vou indo.

— Tá bom. Tchau, tchau.

Ele sai e o Mario se aproxima.

— Oi...

— Oi.

— Olha, Keegan, eu só queria me desculpar mais uma vez pelo que eu fiz você passar. Eu te afastei e destruí nosso casamento, e sempre vou viver com isso.

— Eu espero muito que você se perdoe um dia, Mario. Sem ressentimentos?

Ele dá um pequeno sorriso.

— Sem ressentimentos.

— Não fica se cobrando ou se culpando, tá bom? Você vai achar outro homem e não vai cometer os mesmos erros.

— Ah, isso não mesmo. — ele dá uma pequena risada. — Bom, a gente se vê por aí.

— Tá bom, tchau.

Ele sai.

Respiro fundo e saio também, indo pro estacionamento.

— Oi, filho. — diz a minha mãe, meu pai está junto com ela.

The Right Way of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora