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S/n Al-Makki S/s POV

— And I'd give up forever to touch you 'cause I know that you feel me somehow. - (E eu desistiria da eternidade para te tocar porque eu sei que de alguma forma você me entende.) Cantei enquanto tocava meu violão. — You're the closest to heaven that I'll ever be and I don't wanna go home right now. - (Você é o mais próximo que estarei do paraíso e eu não quero ir para casa agora) Meu olhos estavam completamente embarcados graças ao acúmulo de lágrimas.

Eu estava em uma praia completamente deserta, o final da tarde estava lindo como sempre. Então não precisava me preocupar com paparazzis ou curiosos me vendo tão vulnerável, já que quanto mais eu cantava, mais eu colocava para fora tudo que eu estava sentindo.

À medida que eu cantava essa música, era como se eu estivesse dizendo ao meu filho o quanto eu sentia muito por sua perda e por ter passado todos esses anos sem saber da sua existência.

— And I don't want the world to see me 'cause I don't think that they'd understand. - (E eu não quero que o mundo me veja porque eu não acho que eles entenderiam.) Cantei aumentando meu tom de voz, deixando as lágrimas correrem livremente pelo meu rosto. — When everything's made to be broken I just want you to know who I am. - (Quando tudo é feito para ser quebrado eu só quero que você saiba quem sou.)

Não consegui continuar a cantar, todo meu corpo tremia enquanto eu chorava sentindo o cansaço me atingir. Fazem três dias desde o ocorrido e a dor que eu estou sentindo, parece ter se instalado no meu peito.

Para contribuir com todos cenário caótico, minha mente não dava trégua e fazia questão de criar na minha cabeça uma realidade alternativa. Era impossível não imaginar como seria se meu filho estivesse aqui comigo. Quem eu seria hoje com ele aqui?

Saí dos meus pensamentos sentindo alguém me abraçar, levei um pequeno susto, mas relaxei quando percebi que se tratava de Dinah. Minha amiga sentou atrás de mim e me envolveu em seus braços, foi aí que eu chorei ainda mais.

— Vai passar, coloca tudo para fora. - Dinah sussurrou enquanto eu ainda soluçava.

— Eu sinto tanto, dói muito imaginar que meu filho não teve a chance de crescer e de viver. - Falei baixinho.

— Oh, meu amor… aos poucos essa dor vai passar. - Dinah me consolou.

Eu e minha família chegamos na Califórnia ontem pela manhã, mas logo pegamos estrada e viemos para Santa Ana. Todos nós estávamos muito abalados para ficarmos na nossa casa sozinhos, e Milika fez questão de nos receber em sua casa.

Por sorte, Dinah estava em casa e eu pude desabafar tudo com a minha amiga.

— Ally e a Mani chegaram, elas estão lá dentro com Hana. - Dinah falou.

— Quando temos que ir para Los Angeles? - Perguntei.

— Na sexta, temos reunião com os advogados no sábado. - A polinésia explicou.

— Depois desse julgamento, eu quero fechar essa porta sem olhar mais para trás. - Falei observando o mar agitado.

— Desde que tudo acabou e as coisas começaram a vir à tona, tudo que eu consegui foi enxergar o pior lado de tudo que vivemos. - Respirei fundo diante das palavras da loira. — Mas só agora que eu estou entendendo que precisamos focar em tudo de bom que vivemos… e talvez finalizar de uma vez por todas, tudo que passamos de ruim na Epic, seja um bom ponto para recomeçar. - Dinah falou enquanto desenhava círculos com as pontas das unhas no meu braço.

— Apesar de me sentir muito pesada por saber que quando eu fui embora a Rafa passou por tudo sozinha, e de querer com todas as minhas forças que o nosso filho estivesse aqui com a gente… - Falei sorrindo triste. — Eu sou grata por ter vocês na minha vida, de ter vivido intensamente tudo que vivemos. - Dinah soltou uma risadinha.

Just Friends (Rafa Kalimann/You Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora