Capítulo 4

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Antônio também ficou sem reação quando viu Agatha descendo do táxi e chegando a sua casa, e não tinha dito nada, apenas ouviu o grito de Irene nas suas costas e então a situação já estava toda armada.

— Calma Irene, ela acabou de chegar, eu tô tão surpreso quanto você. — tentou acalmar a esposa, colocando-se ao seu lado e circundando um braço em sua cintura.

— Não era nem pra ter vindo! — Respondeu Irene seca e direta.

Irene estava possessa, descontrolada. Antônio estava desesperado, precisava controlar Irene para seguir com o plano, mas aparentemente o ciúmes da mulher a estava cegando.

— Eu não vim aqui pra discutir. Eu só vim porque eu soube que a Irene não estava em casa, ouvi dizer que ela estava na pousada — Disse Agatha encarando Antônio, tentando sensibiliza-lo.

— Você tá realmente querendo me dizer que veio na MINHA casa tentar seduzir o MEU marido logo que soube que eu não estava? — tentou avançar sobre a mulher, mas foi impedida por Antônio — TÁ QUERENDO MORRER DE VERDADE É?

— PERA LÁ UM POUQUINHO – Antônio gritou — Quem foi que te disse que a Irene não estava em casa, posso saber?

— Sabe como é Antônio, as notícias correm... Eu ouvi os comentários de que você estava sozinho e vim saber se você precisava de algo

— MAS É MUITA AUDÁCIA DESSA PIRANHA — Irene estava possessa e só não avançou novamente, pois Antônio tomou a frente da situação.

— Agora você se preocupa com o meu bem-estar Agatha? Você devia ter pensado nisso a mais de 30 anos quando inventou esse plano mirabolante de morte forjada, e me largou com o Caio nos braços e fugiu com aquele médico, hipocrisia em limite, sabia?

— Nossa, Antônio porque você ta falando assim comigo? — Os olhos de Agatha já estavam cheios de lágrimas, fazendo a raiva de Irene aumentar, junto com o medo de Antônio cair novamente na lábia da mulher, mas Antônio já estava blindado contra as lágrimas da ex, sabia que tudo não passava de cena — Depois da conversa que nós tivemos eu achei que você tinha me entendido...

— TE ENTENDIDO? Como que eu posso te entender? Eu NUNCA vou entender, escutou?! NUNCA! Aquela conversa fiada que você falou deve ter sido muito bem ensaiada na sua cabeça nesses 20 anos que você ficou presa né? Tudo planejado pra sensibilizar o imbecil aqui que passou a vida inteira te venerando e amando você como um IDIOTA.

— Antônio, calma, você não pode me tratar assim, afinal de contas você disse que ainda me ama... — Agatha tentou tocar em Antônio e seu movimento foi bruscamente interrompido por um tapa de Irene que acompanhava a discussão ofegante e nervosa.

— Tira a mão do meu homem. NÃO TOCA NO MEU MARIDO! — Irene agora estava na frente de Antônio, com um dedo em riste, entre ele e Agatha e nada a faria sair dali, e seu coração só voltou a se acalmar quando sentiu o marido levar os braços ao redor da sua cintura a abraçando.

— Agatha, eu vou dizer só uma vez, eu te amei durante toda a minha vida e você foi a única responsável por destruir tudo isso. Como diz a minha filha Petra, eu posso ter inúmeros defeitos, tenho mesmo, mas eu dou valor a minha família. E eu sei que eu muitas vezes não dei valor a minha mulher, mas a Irene é a minha mulher, ela que sempre esteve ao meu lado nesses 30 anos. Ela é a MINHA esposa, minha companheira, que se preocupa comigo sempre. MINHA IRENE. Ela nunca fugiu, nunca me abandonou. Ela que me conhece, me aguenta, conhece tudo de mim, e eu não vou admitir que você venha a nossa casa para ofendê-la novamente. Ela é a única La Selva que existe eu fui claro?

— Eu sou a sua esposa, e se eu quiser, eu acabo com esse seu casamento perfeito rapidinho, indo atrás de um advogado e dizendo que o seu casamento nunca foi válido, afinal de contas eu estou viva... Quer apostar?

— Finalmente essa desgraçada mostrou ao que veio, é isso que ela quer Antônio, acabar com o nosso casamento! Pois faça isso, procure um advogado, mostre que você está viva, mas quando for fazer isso, eu espero que você esteja preparada pra explicar direitinho como foi que você forjou toda a documentação da sua falsa morte sua ordinária. — Irene disse com um sorriso que não cabia em seu rosto, é óbvio que tinha medo de que seu casamento fosse anulado, mas as coisas não seriam fáceis pra Agatha também.

— Então é esse o seu objetivo? Acabar com o meu casamento com a Irene? Pra que? — Antônio a questionou, ainda segurando Irene em sua cintura, não sabia se a mulher poderia avançar em sua ex.

— Claro que não — Agatha tentou disfarçar — Eu não quero acabar com nada, eu só achei que depois de dizer que ainda me amava, tudo voltaria a ser como antes...

— Cínica! Você se tornou a pessoa mais cínica que eu já vi em toda a minha vida

— Antônio, eu não/

— Agatha, vá embora da nossa casa. AGORA.

Antônio finalizou a discussão sem dar margem para questionamentos e virou Irene em seus braços, que imediatamente o abraçou e colocou o rosto em seu pescoço. Agatha fingiu chorar e por dentro ardeu em fúria por seus planos não estarem funcionando. Queria seduzir Antônio, ficar com sua fortuna e acabar com Irene, Angelina sempre disse que o casamento dos dois estava fragilizado, que brigavam muito, mas aquilo que ela via não se parecia em nada com o relato da empregada. Os dois pareciam uma dupla pronta pra defender o casamento e a família La Selva contra tudo e todos, Agatha estava em desvantagem.

— Essa mulher quer acabar com o nosso casamento, o que que a gente vai fazer?

— Liga pro Silvério, vamo pro escritório dele, vamo resolver isso, agora, ela não vai me tirar você nunca, eu já disse e repito, o nosso casamento é o nosso casamento.

— Ela veio te seduzir, vagabunda, ia tocar no meu marido quando descobriu que eu não estava em casa.

— Você não tem que se preocupar com nada, por mais que eu ame te ver com ciúmes de mim, eu to com nojo da Agatha, nojo.

— Amor eu encontrei muitas cartas escondidas no quarto da Angelina, tirei foto de tudo, ela nem vai desconfiar que temos isso, acho que já vamos conseguir descobrir mais coisas do passado delas, o quanto de informações elas trocaram todo esse tempo.

— Ótimo, sobe e pega a sua bolsa, a gente passa no Silvério e depois vai pra empresa, aqui em casa as paredes têm ouvidos. Lá a gente lê tudo e pensa no que fazer.

Quando ia sair dos braços do marido, Irene se surpreendeu com Antônio a puxando e levando para a parede mais próxima.

— Que isso Antônio, me deixa subir pra pegar minha bolsa, a gente tem que ir logo homem

— Calma que dá tempo de namorar um pouquinho, enquanto estamos sozinhos sem a outra lá espionando a gente, me dá um beijo aqui minha ciumenta favorita

— Eu aprendi com o maior ciumento de Nova Primavera, meu maridinho...

— Eu vou repetir, pra que não restem dúvidas dona Irene La Selva: você é a única senhora La Selva na minha vida, eu vou te proteger até o final, eu te amo.

— Eu te amo Antônio, pra sempre amor você é a minha vida

Óbvio que beijos não foram suficientes para que o casal se saciasse, ainda mais com a casa vazia e só pra eles. Foram se beijando e arrancando as roupas pela casa até que chegaram ao quarto e se amaram de forma calorosa e apaixonada. Se declarando e provando de forma única de que sempre seriam um do outro, não importa quais eram os planos de Agatha.

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