Capítulo 5

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Depois de fazerem amor Antônio não queria deixar Irene sair da cama, literalmente a prendia em seus braços e a calava com beijos enfraquecendo todas as tentativas de convencimento de que eles realmente tinham que ir ao escritório de Silvério para falar sobre os planos de Agatha.

— Por favor amor, não faz assim, isso é jogo sujo — Disse ela enquanto recebia mais beijos em seu pescoço, Antônio estava em suas costas, a prendendo com suas mãos firmes em sua cintura embaixo do lençol.

— Jogo sujo é você querer levantar dessa cama e me trocar por aquela conversa chata com o Silvério, deixa disso, que aqui tá mais gostoso...

— Você tá falando isso por que não é a sua vida que tá em jogo

— Como não? — Virando-a Antônio a fez deitar de costas da cama e novamente a prendeu em seus braços — Claro que é a minha vida, quantas vezes eu vou ter que repetir que o nosso casamento, a nossa família, é a coisa mais importante no mundo pra mim... — completou enquanto novamente selava seus lábios nos da esposa com beijos e mordidas.

— Desculpa, mas pra mim é muito difícil superar e não lembrar da cara que você fez quando viu a defunta! — Antônio que já estava com o rosto no pescoço de Irene, não aguentou o comentário e começou a rir

— Defunta? Vai chamar a Agatha de defunta agora é?

— Porque? Vai defender a aquela aproveitadora de novo?

— E enfrentar a sua fúria? Jamais... Uma vez foi o suficiente, eu já aprendi a lição! Daqui pra frente eu sei muito bem quais lutas eu devo entrar.

— Ótimo, porque se acontecer de novo, a viúva da história serei eu! — Irene segurou o queixo do marido ao dizer a sentença com uma ameaça simpática e logo estavam novamente aos beijos. Mas antes iniciassem uma nova transa, Irene foi mais rápida e conseguiu sair dos braços do marido.

— Irene, volta aqui que eu to mandando — Disse Antônio, fingindo estar bravo

— Eu já disse que você não manda em mim — Irene foi saindo da cama enrolada no lençol e alcançou seu celular. — E já que você não quer sair agora, então vamos pelo menos descobrir juntos o que a fofoqueira da Angelina andou aprontando embaixo dos nossos narizes todos esses anos.

Antônio viu que não tinha opção, alcançou seus óculos de leitura na cabeceira da cama e sentou-se, abrindo espaço para a mulher retornar para os seus braços, onde Irene logo se aconchegou deitada entre as pernas do marido, com as costas em seu peito, assim ambos conseguiriam ler as fotos das cartas juntos.

As cartas estavam misturadas, mas eles notaram que eram recíprocas, ambas trocavam informações a anos. Agatha questionava Angelina sobre o relacionamento de Antônio e Irene, e Angelina sempre a informava quando os patrões discutiam e principalmente, dizia a Agatha que ela sempre foi o ponto fraco entre o relacionamento dos dois.

Irene e Antônio liam os arquivos e suas cabeças giravam em engrenagens, Antônio perdido entre seus pensamentos e tudo o que sempre dedicou a memória da ex, ardia em raiva e Irene tentava entender qual era o plano real de sua rival.

— Meu Deus, ela esteve a espreita como uma rata por todos esses anos... — Disse Antônio enquanto tirava os óculos e passava as mãos pelos cabelos, incrédulo com tudo o que leu.

— Tá falando de quem? Da defunta ou da imprestável da Angelina? — Irene desencostou do peito do marido, segurando o lençol em frente ao seios e sentou o encarando, ainda próxima aos seus braços.

— Das duas, são duas desgraçadas, mas não se preocupa não, a gente vai dar um jeito nas duas. Ninguém mexe com a minha família e me engana assim e sai impune.

— Você reparou na quantidade de cartas que elas trocaram e que em nenhum momento ela pergunta do Caio?

— Ela nunca quis saber dele, por isso não pensou duas vezes em deixar o menino nos meus braços e cair no mundo com aquele médico de meia pataca

— Eu sei que eu nunca tratei o Caio como uma mãe e nunca gostei dele, mas reaparecer depois de 30 anos, e fazer o coitado passar por isso não é certo. Com sentimentos de um filho não se brinca Antônio. E se ela chegar perto da minha filha eu não respondo por mim...

— Calma Irene, porque ela chegaria perto da Petra? Isso não faz sentido...

— E o que é que faz sentido nessa história Antônio? Nós não sabemos exatamente o que ela quer. Se ela tá usando o Caio, que é filho ela, ela pode usar qualquer um, eu sei lá o que se passa na cabeça dessa maluca.

— Bom, pelo menos ela não descobriu nada sobre os diamantes que estão nas terras da viúva...

— Quem falou que não?

— Não tem nada disso nas cartas...

— A última carta enviada tem alguns meses, elas pararam de se comunicar, provavelmente porque ela ia ser solta da cadeia. Se a Angelina descobriu sobre os diamantes pode ter comentado com ela pessoalmente depois que ela já estava livre. Até mesmo o Caio pode ter falado pra ela.

— Mas que inferno, se o Vinícius pelo menos conseguisse resolver logo a minha vida e me desse esse laudo com a confirmação dos diamantes, eu ia com tudo pra cima da viúva, arrancaria de vez as terras dela e tava tudo certo.

— O Vinícius me disse que tem quase certeza que tem diamantes lá Antônio, a questão mesmo é conseguir as terras.

— Ah o Vinícius disse? — Antônio que havia esquecido desse detalhe, relembrou com ciúmes e fúria do interesse do jovem em sua mulher — O que mais você e aquele geólogo de quinta conversaram no almoço, você tava bem interessada que eu vi, vamo lá, fala logo...

— Ah para com isso amor, ele não disse nada demais que exagero — Irene sabia que tinha falado demais...

— EXAGERO? Aquele moleque crescendo o olho pra cima da minha mulher na frente da cidade toda é exagero?

— Não fala assim comigo, tava tão bom até agora — Irene tentando aplacar a raiva do marido, passou uma das pernas em seu quadril se sentando em seu colo, e começou a dar beijos em sua boca, enquanto o mesmo ainda resmungava, mas já estava com as mãos em sua cintura a prendendo — você sabe que eu amo você né?

— Tá me dizendo que ele tava dando em cima de você mesmo? — Antônio a beijava de volta, mas seguia com ciúmes.

— Eu não disse nada disso — o beijava sorrindo.

— EU VOU MATAR ESSE RAPAZ — Tentou tirá-la de seu colo, mas Irene o segurou na cama.

— Não vai não, você vai me levar pro chuveiro porque nós vamos sair, AGORA. — Rodeou seu pescoço com seus braços ainda o beijando.

— Banho? — selinho — Você tá me seduzindo pra mudar de assunto e eu não gosto disso...

— Ah você não gosta? — Parando de beijá-lo —  Bom então, eu tomo banho sozinha

Antônio viu Irene sair de seu colo rapidamente, sem o lençol e caminhar para o banheiro totalmente nua, antes de entrar no box, Irene olhou para o marido e deu sua última cartada.

— Você tem certeza que não quer vir amor?

— Você ainda vai me deixar doido Irene La Selva... — Disse o fazendeiro antes de levantar rapidamente da cama indo atrás da esposa que já o aguardava sorrindo no box.

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