Capitulo 24

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Antônio dirigiu rumo a cidade estressado, reclamando e resmungando como um maluco. Queria gritar com Irene, queria matar Ramiro por ter permitido que a esposa saísse da fazenda. Queria matar Agatha por estar chantagens ele, e colocando a vida das suas mulheres em risco.

Seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu o telefone tocar e atendeu pelo volante do carro impaciente.

- Alô

- Fico muito feliz em saber que você entendeu como o que estava lidando e já está divorciado.

- Desgraçada, eu vou matar você Agatha.

- Tá, tá, tá... Eu já entendi que você me odeia, esse papinho já tá me cansando.

- Tá me ligando pra que então?

- Só pra avisar que eu já fiquei sabendo do divórcio, Angelina é uma chata, mas é uma boa fofoqueira.

Antônio quase desligou na cara dela, mas se conteve, tinha que ganhar tempo para que Silvério pudesse agir por ele.

- Eu te espero amanhã, na pousada. Vamos começar o nosso teatrinho meu querido.

- Espera sentada. Você já me obrigou a me divorciar da minha mulher, não pense que eu vou ficar desfilando na cidade com você a tira colo, num vô mesmo Agatha!

- Pelo visto você já estava pensando em se livrar dela né? Por que a rapidez com que você se divorciou me deixa espantada.

- Não tem nada de estranho, o divórcio é apenas um papel assinado. Você não vai conseguir me separar dela, nunca.

- Veremos se ela vai te querer de volta quando eu ocupar aquela casa, estando casada com você.

- Isso não vai acontecer. Na minha fazenda você não bota o pé, eu já fiz o que você queria, me divorciar dela, acabou.

- É aí que você está enganado, está só começando.

Antônio não aguentou mais e desligou em sua cara, Respirou profundamente e só conseguiu seguir em frente na estrada, por que sabia que tinha que encontrar Irene, saber se estava bem. Viu seu carro estacionado no centro da cidade, com Ramiro ao lado, conversando com Kelvin.

- Eu te dei apenas uma ordem, não deixar a Irene sair de casa e você tá aqui de papinho com essa borboleta cor de rosa Ramiro! - Esbravejou.

- Patrão, eu não tive escolha, a patroa disse que vinha de qualquer jeito, achei melhor vir junto ué

- Dr. Antônio, mas qual é o problema da imperatriz vir ao salão?

- O problema não é da tua conta, sai da frente os dois... IRENE! - Antônio gritava e empurrava a porta do salão com força, assustando as poucas clientes que estavam nas cadeiras de embelezamento.

Logo viu a mulher acomodada em uma das mesas como se nada estivesse acontecendo.

- Irene, levanta daí, vambora pra casa - Disse ele a puxando pelo braço, a colocando de pé.

- Tira a mão de mim, eu estou fazendo as minhas unhas, que isso tá louco? - Ela disse sem conseguir se livrar do aperto em seu braço.

- Eu não falei que não queria você fora da fazenda?

- Eu não te devo mais satisfações da minha vida desde ontem a noite, esqueceu?

- Cadê a tipoia? O médico não mandou você não tirar aquilo do braço sua teimosa?

- Agora você tá preocupado comigo? - Antônio suspirava, mas não tirava suas mãos dela - Você não vai me abandonar pra casar com a bandida? Pois então, eu também tenho os mesmos direitos, agora eu sou uma mulher livre de novo, vou conhecer gente nova, beija na boca

- MAS NEM POR CIMA DO MEU CADÁVER, VOCÊ TA DOIDA É?

- Não, eu não estou doida, eu estou divorciada.

- Irene, você não vai conseguir me tirar do sério, vambora pra casa agora, a gente tem que conversar.

- Qual é o problema de conversarmos aqui?

- Aqui? No meio desse povo todo?

- Não seja por isso. Eu levo vocês dois até a minha sala, podem ficar a vontade por lá. - A voz do dono do salão se fez presente e Irene quase bateu Palmas quando viu que conseguiria conversar com o marido fora de casa. Antônio não gostou, mas vendo a esposa caminhar até a sala se viu obrigado a segui-la.

- Agora que estamos finalmente sozinhos você vai me contar o que está acontecendo Antônio La Selva.


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