Capítulo 14

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Nenhum dos dois poderia dizer quem tomou a iniciativa do abraço apertado que compartilhavam naquele momento, Antônio que tinha o chapéu na mão, o jogou em qualquer canto a tempo de receber Irene em seus braços, circundou a cintura dela e estava em casa. Ela prendeu seus braços no pescoço de Antônio e se viu novamente respirando, a necessidade de estar com ele parecia uma doença incurável.

— Meu Deus como eu senti a sua falta Antônio — Irene disse quando Antônio tinha o rosto em seu pescoço, sentia o cheiro dela, o cheiro que tanto fez falta. Borrifar o perfume dela no travesseiro que ela deixou em sua cama não era a mesma coisa de senti-lo em sua pele.

— Eu que não aguento mais ficar longe de você! — Quebrando o braço, sem tirar as mãos de sua cintura, Antônio a manteve próxima, testa com testa — Se você queria me provar o tanto que eu sou dependente de você, você conseguiu.

— Eu não queria nada disso — Irene negava com a cabeça e encarava os olhos do marido, cheia de saudade — Eu odeio essa situação tanto quanto você

— Eu tô com o peito apertado Irene, não dá pra você ficar aqui, não da mais...

— Eu também tô morrendo de saudade de você Antônio — disse ela em sua boca antes de selar o beijo que tanto fez falta.

A boca dos dois se encontrou e os dois não ouviam mais nada, a saudade estava matando os dois mesmo que Irene só estive longe a poucos dias. Antônio segurava Irene como se tivesse medo que ela escapasse por entre os seus dedos como areia, e Irene segurava o marido como se ele fosse o seu bote salva-vidas. O beijo era sinônimo de lar. O carinho que ela fazia com as unhas no pescoço de Antônio o faziam relembrar o por que de ter escolhido ela pra ser a sua mulher.

Ela era carinhosa, ela era demonstrativa, ela era transparente. Ela sempre teve o poder de fazer ele entender as coisas somente no olhar. Sem falar no poder de acalmar todas as bravatas que ele tinha quando algo não era do seu jeito.

Um toque na mão e ele sabia, estava passando dos limites, precisava de calma. A calma que ela tinha.

— Meu Deus, faz tanto tempo que você não me beija assim Antônio...

— Eu sei que eu tenho sido relapso, mas eu te prometi quando sai daquela cela que nós voltaríamos a ser o que sempre fomos...

Os olhos dela se encheram de novo, estava sensível, com medo. Era uma fortaleza quando enfrentava os seus problemas, quando enfrentava Agatha, mas diante de Antônio essa muralha cedia facilmente, cedia a tudo o que ele pedia. Ele pediu filhos, ela deu. Ele pediu que ela administrasse a sua casa, ela o fez. Ele pediu que todos a respeitassem e obedecessem, e todos faziam. Era um mandão de natureza, mas só com os outros. Com ela, ele sempre cedeu. Aos berros, mas cedeu.

— Você tem que acreditar em mim, eu já disse mil vezes que não vou te deixar de lado por mulher nenhuma, eu sei que eu já fiz coisas que você não gostou, fiz coisas que te machucaram, mas você é a minha esposa, a senhora La Selva. Você. Ninguém mais!

— Eu acredito em você! Mas eu tenho medo do que o destino pode nos trazer. Nós não temos controle de tudo Antônio.

— Nós sempre tivemos o controle das nossas vidas, sempre. — Antônio resmungou bravo.

— Se nós tivemos mesmo o controle o Daniel não teria morrido. A Agatha não teria voltado. O nosso casamento não estaria ameaçado.

— O nosso casamento não está ameaçado. Entenda isso de uma vez por todas — Irene o olhava esperançosa — E mesmo que a Agatha invente qualquer coisa que anule o nosso casamento, eu caso com você de novo, pronto, acabou.

— Eu não quero que ela invalide os nossos 30 anos juntos Antônio, é o nosso casamento

— Meu Deus do céu Irene, se ela anular alguma coisa vai ser só um papel — Antônio lutava para que ela entendesse, foi dando passos e a prensou na parede ao lado da cama que ela dormia — Ela nunca vai anular as memórias que nós temos. O nosso casamento é um fato, ela pode fazer o que quiser, eu nunca vou me esquecer de tudo, da nossa história, ela nunca vai poder anular isso.

— Promete? Promete que não vai esquecer, que não vai trocar a nossa história por ela...

— Claro que prometo! Você Irene La Selva, é inteira minha, todinha minha... E aí de quem chegar perto de você pra fazer qualquer coisa. Eu mato e sou capaz de morrer por nós!

— Ninguém vai derrubar os La Selva, ninguém...

Os beijos selavam aquele acordo que não tinha regras e que abria margem para que os dois fizessem tudo, a lei dos homens não ia interferir em nada, eles eram um casal acima da lei, e aí de quem entrasse em seu caminho.

— Eu quero você Antônio e eu quero agora

Irene empurrou o marido em seu colchão e sem perder tempo subiu em seu quadril o enchendo de beijos, ele agarrou o quadril dela e logo sentou na cama, encaixados os dois se beijavam com desespero, suas bocas se comiam, suas línguas duelavam. Antônio jogou Irene na cama e logo estava em cima dela, não queriam perder tempo, arrancavam suas roupas e jogavam pelo quarto sem direção, quando Antônio entrou nela, voltou a plenitude da felicidade, ali ele era feliz, completo, assim como ela. Nunca ninguém superaria os laços que o casamento deles tinha, ninguém seria capaz de desfazer aquilo. Gozaram juntos, suas bocas gemiam coladas, Antônio passou a acariciar o rosto de Irene com devoção, e logo saiu de dentro e de cima dela a puxando pro seu peito.

— Esse é o meu lugar favorito sabia?

— Eu também adoro quando você fica assim, nos meus braços, eu não seria maluco de permitir que alguém te tire daqui Irene...

— Amo você querido

— Amo você Irene

Esse novo beijo selava tudo, melhorava tudo. Ninguém podia mudar isso. Jamais.

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