Capítulo 16

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As malas já estavam feitas, ela já estava pronta, Antônio estava novamente mais calmo, afinal ela voltaria pra fazenda e tudo voltaria ao normal.

- Eu vou ligar pro Ramiro pra ele vir pegar seu carro.

- Antônio, não precisa, eu dirijo o meu carro até a fazenda e você o seu. Não tem necessidade de chamar o Ramiro.

- Quero você no meu carro comigo

- Antônio, é só até a nossa casa, qual é o problema de eu dirigir? Tá querendo dizer que eu dirijo mal?

- Claro que não, eu só queria que você fosse comigo, tenho que ir pra empresa, tenho uma reunião por lá...

- Pior ainda, eu vou ficar fazendo o que esperando você lá? - Disse ela se aproximando do marido e arrumando a gola da jaqueta que ele vestia - Não faça essa cara Antônio, vai pra empresa, e eu vou pra nossa casa, te espero mais tarde - Irene o convenceu quando o beijou. Antônio circundou a cintura dela e aceitou o beijo. Ela sempre conseguia fazer ele mudar de ideia com palavras mansas e aquele olhar de mulher sedutora.

- Tudo bem, eu vou descer com a suas malas e acertar a conta da hospedagem. Aproveito e proíbo eles de te aceitar aqui se você quiser me largar de novo.

Irene riu e se afastou, disse ao marido que ia apenas ao toalete mais uma vez e já desceria. Antônio pagou a hospedagem dela e a aguardava na recepção quando recebeu uma ligação da sua secretária, a reunião estava mesmo confirmada e ele iria para a empresa naquela tarde.

Irene desceu as escadas e viu o marido e os dois foram em direção aos seus carros, não se despediram, afinal logo estariam juntos. Antônio seguia o carro da esposa, mas buzinou quando finalmente teve que se separar dela para ir trabalhar, Irene abaixou o vidro e mandou um beijo quando ele emparelhou os veículos.

Vendo o marido se distanciar, Irene entrou na longa estrada que se dirigia a sua fazenda e acelerou, queria chegar logo em sua casa. O caminho era asfaltado e liso, fazendo com que a mulher percebesse que seu carro fazia um barulho diferente, recordou que Ramiro tinha levado o carro para revisar na capital a poucos dias, o volante trepidava um pouco com a velocidade que ela estava, uma curva acentuada que dava na segunda estrada em direção a fazenda se aproxima, ela era de terra e cortava as plantações da empresa do marido, que eram enormes.

Quando começou a diminuir a velocidade notou que o freio não a obedecia. Pisava fundo e não conseguia diminuir a velocidade, o volante trepidando a fez apertar o mesmo, o segurando cada vez com mais força para conseguir manter a direção que seguia.

Irene começou a suar frio, a velocidade do carro seguia alta, os freios não correspondiam ao seu comando, o volante em suas mãos, que já suavam em desespero, começou a endurecer, se tornando pesado de manipular

- Meu Deus do céu isso não pode estar acontecendo comigo - O sufoco da situação a levou a pensar que morreria igual ao filho, sentia a aflição que Daniel provavelmente sentiu antes de capotar aquele carro. Seus pensamentos foram interrompidos quando seu celular tocou.

Seu telefone conectado ao veículo soava e após algumas tentativas de apertar o botão para atendê-lo, conseguiu, aliviada por poder pedir socorro a alguém, enquanto via que a curva se aproximando.

- Pelo amor de Deus Antônio, socorro, eu preciso de ajuda

- Espero que você tenha gostado do upgrade que eu dei no seu carro Irene...

- O que? - Incrédula, Irene gritou - Agatha? - Irene não conseguia acreditar que a rival estava ligando pra ela a ameaçando.

- Surpresa!

- O que foi que você fez no meu carro sua maldita?

- Coisa pouca Irene, nada que vá te matar, eu acho

- É bom você torcer pra eu morrer sua desgraçada, por que se eu sobreviver eu que vou matar você - Irene exasperou em pânico

- Nossa como é valente, espero que você morra mesmo. Do mesmo jeito que o seu filho amado morreu.

A gargalhada de Agatha foi a última coisa que Irene ouviu antes de ver seu carro adentrar na plantação de soja, os freios travados, o volante sem controle e o carro trepidando. Depois de poucos metros e muito esforço conseguiu virar a direita e tentou novamente colocar o carro na estrada, o carro só parou quando foi atingido em cheio por uma árvore.

Os airbags não foram acionados, a pressão no rosto de Irene foi demais, tentando manter os olhos abertos, via tudo embaçado e não conseguiu dizer nada mais antes de desmaiar sobre a buzina do volante.

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