Capítulo 7

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- Matou como? - Questionou Irene.

- Como assim marido? - Antônio completou, e o comentário não passou despercebido por Irene.

- Resumidamente, depois que forjou a própria morte aqui em Nova Primavera, ela e o Evandro foram rumo ao Rio de Janeiro. A família dele também possuía muito dinheiro e logo eles se casaram. Tiveram um filho que ela fez questão de enviar para a Europa assim que pode, e para ter a herança, matou o Evandro.

- Ela atraiu o marido para a cobertura do prédio e o empurrou, ela só não contava com as câmeras de segurança que flagraram toda a ação e ela logo foi presa. - Silvério completou a história.

- Eu sabia que ela era uma cobra, mas assassina?! Eu tô pasma.

- Eu não consigo acreditar que a Agatha se tornou nessa louca e... Criminosa - Antônio não tinha mais palavras.

- Ela chegou em Nova Primavera dizendo a todos que queria pedir perdão, mas na realidade eu tenho fortes desconfianças de que ela veio tentar reconquistar a fortuna do senhor Dr. Antônio.

- Você tá querendo dizer que o nosso casamento vai realmente ser invalidado?

- Não, o casamento de vocês é válido. Até porque o Dr. Antônio não estava cometendo bigamia, pelo menos não intencionalmente, e isso é fácil de comprovar, qualquer pessoa nessa cidade sabe que vocês são casados, todos acreditavam que o senhor era viúvo. A bígama da história é a Agatha, que não anulou o casamento e contraiu novamente matrimônio com o Evandro, intencionalmente.

- Todos em Nova Primavera foram enganados e podem servir como testemunha, afinal, vocês publicamente tem uma relação amorosa, tiveram seus filhos e construíram a base da família de vocês nos últimos 30 anos.

- E agora, que que a gente faz Silvério?

- O senhor precisa anular o casamento com a Agatha, oficializar toda a documentação - Respondeu Renato.

- Pera lá, isso quer dizer divórcio? Ela vai ter direito aos nossos bens? - Irene se levantou nervosa.

- Calma mulher, senta aí, eu tenho dinheiro suficiente, a gente não vai ficar pobre não.

- Não interessa, por mim essa mulher não leva nem 1 real seu Antônio.

- Calma, deixa eu entender direito isso. Ela recebeu algum dinheiro depois que ela matou o tal médico?

- Não, de forma alguma, todos os bens foram passados ao filho deles.

- Então onde que tá esse rapaz? Ele mora no Rio de Janeiro?

- O filho deles nunca recebeu amor dos pais, e após o julgamento ele se mudou definitivamente para a Europa, nunca mais quis saber da Agatha. Serviu inclusive como testemunha da promotoria contra a mãe.

- Tá vendo só Antônio, até o filho dela sabe que ela é uma vagabunda e você caindo igual um idiota na conversa dela.

- Mas você hoje tá contra mim, definitivamente, oh Irene, eu já entendi o seu ponto, chega disso

- Sabe o que é Dr. Renato, ouvir a verdade as vezes dói... - Antônio suspirou e levantou da cadeira cortando a conversa da esposa com Renato

- Silvério, resolve esse negócio da documentação, eu quero me livrar dessa história o mais rápido possível.

- Eu cuidarei de tudo, logo entro em contato para que o senhor assine todas as procurações.

- Silvério, essa piranha não vai ter um centavo do meu Antônio, ouviu bem?

- Farei o possível Dona Irene.

- Vambora Irene, quero ir pra casa

- Até mais Silvério, foi um prazer conhecer o senhor Dr. Renato, aproveite sua estadia aqui em Nova Primavera.

Antônio vendo que Renato ia beijar o dorso da mão da mulher

- Chega de papo, você já deu tchau, vamo - Antônio saiu empurrando a esposa pra longe de Renato, e só soltou sua mão para abrir a porta do carro, no banco do passageiro.

- Que isso Antônio, não me deixou nem dar tchau direito, que pressa é essa?

- Tem pressa nenhuma não, eu quero ir logo pra casa - disse o fazendeiro orgulhoso, que bateu a porta assim que Irene se acomodou no carro.

- Pressa ou ciúmes? - Irene indagou o marido quando ele já estava ao seu lado.

- E se for ciúmes, qual que é o problema, esse engomadinho vem do Rio de Janeiro falando bonito e acha que aqui é assim, já sai beijando a mulher dos outros, eu hein

- Ele só ia me dar um beijo na mão Antônio...

- Não quero, acabou, você é minha esposa, minha mulher da cabeça aos pés, não tem conversa de beijinho não, chega desse assunto.

O caminho pra fazenda foi silencioso, tirando os momentos em que Irene sorria ao ouvir os resmungos do marido que seguia indignado com a "audácia" de Renato, não trocaram uma só palavra sobre as informações que descobriram de Agatha.

Não foi surpresa encontrar Angelina "limpando" a entrada da casa, claramente esperando a volta dos patrões. Passaram por ela de mãos dadas e subiram para o quarto rapidamente, trancando a porta em seguida.

- O que faremos? - Perguntou Antônio, assim que sentou-se com ela na beirada da cama.

- Bom, eu acho que podemos resolver isso do nosso jeito.

- Que jeito?

- Comida e barraco. Não é assim que sempre terminam os jantares nessa casa?

- Você quer convidar ela pra jantar? - Antônio não estava entendendo onde Irene queria chegar - E por que ela aceitaria?

- Quem disse que eu quero essa mulher dentro da minha casa? Eu prefiro morrer degolada.

- Então eu não entendi...

- Na hora certa você vai entender melhor meu amor, na hora certa.

- Eu não gosto quando você esconde as coisas de mim.

- Eu te garanto que a sua surpresa vai ser necessária e quando chegar a hora você vai entender tudo meu amor...

- Tá, marca logo esse jantar e chama todo mundo. É melhor resolver tudo de uma vez.

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