XVIII

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LIAM

Ao invés de irmos logo para a cama, decidimos que deveríamos tomar um banho antes por conta de todo o suor. Foi um banho repleto de mãos bobas e brincadeiras. Em todo momento Julie se apoiava em mim, ainda estava com as pernas fracas.

Aquela cena jamais passaria em minha mente, parecia mentira. Em um surto eu simplesmente digo tudo o que sentia pela garota, e para minha surpresa, fui correspondido. Julieta também sentia o mesmo por mim. Agora não precisávamos mais fingir, minha dama era realmente minha agora, e ninguém mudaria aquilo.

- Liam? - a ouço me chamar e assim sair do meu abraço.

- sim?

- você não disse, o que aconteceu com o Eduardo? - ela pergunta e naquele momento eu não queria responder, mas o faço.

- ele... não vai mais te incomodar, pode ter certeza.

- tudo bem, mas o que fez com ele?

- Julie... - ela continuava me olhando e eu não tive escapatória - eu busquei o Kenny e quando chegamos no apartamento ele ainda estava lá, sentado, te esperando. Quando eu o vi lá, senti raiva, muita.

- o que vocês fizeram com ele, Liam? - ela se afasta um pouco mais, era medo?

- ele vai ficar bem, Julieta. Eu pretendia machucar ele um pouco e precisava de alguma testemunha comigo, por isso chamei o Kenny.

- machucar?! como assim, machucar? - ela realmente estava assustada.

- ei calma! ele vai ficar bem, por mais que não mereça. Nós levamos ele pro hospital, eu... não sabia me controlar. Sempre que pensava em parar de socar a cara do desgraçado você me vinha a cabeça, meu ódio aumentava a cada segundo.

- ele vai ficar bem? - ela pergunta e eu murmuro um sim - e se ele resolver voltar?

- não vai. Chegando no hospital nós explicamos toda a situação para a doutora que chamou um policial, felizmente Kenny tinha tirado fotos dele no seu apartamento e gravado toda a conversa antes da briga, onde ele dizia que "ele decidia o que fazia com você, já que você era propriedade dele" e algumas outras coisas que perguntávamos e ele afirmava que tinha feito com você, como te bater, eram provas o suficiente para uma medida restritiva e uma petição de expulsão dele da universidade.

Ela parecia em choque. Seus olhos de repente começam a marejar e um breve sorriso aparece em seus lábios.

- então... acabou? - ela pergunta - ele vai me deixar em paz?

- ele nem sonharia em chegar perto de você agora, princesa.

Em um pulo, ela se joga nos meus braços agarrando o meu pescoço em um abraço e derramando todas suas lágrimas guardadas por tanto tempo.

- obrigada por isso! muito, muito obrigada! - eu retribuo o abraço com um beijo no topo da sua cabeça - eu amo você.

Ela disse.

- você é minha, eu faria qualquer coisa por você.

Aquela noite foi assim. Cheia de carícias e confissões de sentimentos que estavam mantidos guardados por tanto tempo.

Eu não fazia ideia de como seriam os dias dali para frente, mas não seriam iguais. Agora eu podia afirmar que era dela, e é isso que eu provaria a ela. Estava eufórico, era o que eu mais queria desde o primeiro dia que vi a brasileira entrando pelo enorme portão de Yale.

18 de fevereiro, terça-feira, 10:12AM

Estava na cozinha preparando um café da manhã caprichado pra garota que ainda dormia, a noite havia sido cansativa demais principalmente pra ela. Estava com uma calça de moletom e um avental apenas, em frente ao fogão, terminando de fazer as panquecas.

O vagabundo e a damaOnde histórias criam vida. Descubra agora