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20211 ano atrás

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2021
1 ano atrás

–– querida, não esqueça de buscar o Peter na escola - apenas aceno com a cabeça e continuo prestando atenção na tela do computador. –– querida, já falei pra prestar atenção em mim enquanto eu estiver falando com você - olho na direção do meu pai após os fones de ouvidos serem tirados.

–– eii! - olho frustrada pra ele –– eu estou no meio de uma partida e você faz isso! - volto minha atenção pra tela. –– qual é? não vou esquecer de buscar o meu irmão, calma.

–– é sempre bom te lembrar, ainda mais agora que você conseguiu entrar na faculdade que tanto quis - o senhorzinho sorriu orgulhoso.

–– só estou jogando um pouco, daqui a pouco voltarei a estudar pra provar de amanhã!

–– tudo bem, tudo bem! - sorriu e beijou minha testa logo saindo do meu quarto.

todo dia era a mesma rotina, eu tinha que buscar Peter no colégio, depois passar na padaria comprar rosquinhas, passar na tia Kath, voltar para casa e fazer a janta.

sempre foi eu, Peter e Otávio, mas quem é Otávio? Ele é um senhorzinho que nós acolheu em sua casa juntamente com sua falecida esposa, Gisele.

10 anos atrás

tentava esquentar o Peter que morria de frio, a Califórnia estava impossível, fazia um frio inimaginável e eu a todo custo tentava manter o pequeno garotinho esquentado em meio aos pequenos braços, eu mal conseguia me manter aquecida pois as cutículas de chuva caiam todas sobre mim enquanto eu tentava deixar Peter seco, embora fosse impossível.

Naquela mesma noite um carro elegante parou no farol na espera do sinal abrir e foi a partir dali que minha vida mudou complemente. Um senhorzinho saiu às pressas de dentro do carro segurando um guarda-chuva e colocou a mão sobre meu ombro.

–– ei, criança? - virei a cabeça sem ter muita força, eu já estava a horas tomando chuva, provavelmente já estava com leptospirose e hepatite. –– cadê seus pais? - apenas virei meu rosto novamente para frente com medo dele fazer algo comigo.

–– querido!? O que está fazendo? - uma voz feminina gritou de dentro do carro. –– volte, está uma chuva terrível, você acabará doente!

–– espere! Ei, não vou lhe fazer mal - e novamente virei meu rosto quando escutei passos se aproximando.

–– o meu Deus, Otávio! - olho na direção da senhora que me olhava com um semblante triste. –– não podemos deixar ela aqui. Querida, onde está seus pais? - ela dizia desesperada. Apenas balancei a cabeça em forma "não" e me agarrei mais no meu irmão. –– o que isso que você está escondendo?

–– meu irmãozinho - sussurrei baixo e sem forças, minha voz estava trêmula e sentia meu corpo cansado.

–– o meu Deus! Otávio! - a senhorinha rapidamente tirou os papelões de cima de mim e do Peter

APOCALIPSE | • Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora