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"nunca pensei em como iria morrer, mas morrer no lugar de quem eu amo
não parece ser uma péssima ideia.
Talvez eu tenha sido um pouco egoísta quando a humanidade ainda existia e só pensasse em mim e no Peter, porém...depois de conhecer-los tudo mudou.

Eu vivo por eles

Morro por eles

Mato todos que for preciso pra manter-los vivos e a salvos

Mesmo que isso custe minha vida.

Prometi a mim mesma quê não deixaria nada acontece ao Tom, Bill e Peter,  até o mesmo ao Georg.

E promessa é promessa, seja lá qual for ela.

Não está na hora dele partir, nem ele e nem ninguém que eu amo! Isso pode soar possessivo e tóxico, mas a realidade é que quando se ama alguém de nada e esse amor for recíproco, vale apena arriscar a própria vida pra mantê-los a salvos."

ouvir o grito estridente do Bill e meu corpo entrou em paralisia completa. Os zumbis avançaram no meu garoto afins de provar um pedaço da sua saborosa carne macia e aparentemente suculenta aos olhos dos malditos insetos que perambula a terra após o vírus ter infectado aquela vadia.

ouvir a primeira mordida ser inserida no Tom me tirou do estado em que fiquei, meu corpo reagiu de modo rápido avançando naqueles mortos asquerosos e fedidos.

O grunhido de dor dele quebrou meu coração por inteiro, sentir uma vontade imensa de gritar alto explodir a cabeça de qualquer insetos desse que aparecesse na minha frente, sem me importar se seriam mais fortes que eu.

arranquei a cabeça de cada um que tentou fazer o meu homem de banquete, mas um deles me chamou atenção e assim que iria dar uma segunda mordida no Tom, parou e olhou pra mim com um olhar de maldade e malícia. Desviei atenção pro garoto deitado no chão com sangue jorrando do braço e chorando de dor enquanto Órion se jogou em cima do zumbi o arranhando e mordendo sem medo de ser ferido ou machucado.

corri até o garoto e o peguei no colo, seu irmão chorava em desespero e medo, a angústia e os batimentos cardíacos acelerados e caso ele não se acalmasse acabaria tendo um ataque cardíaco a qualquer momento.

sem mais nem menos corri pra dentro de qualquer casa e coloquei o Kaulitz deitado no chão, adicionei travesseiro debaixo de sua cabeça e tirei minha blusa, amarrando em seu braço com força.

–– n-não tô con-conseguindo respirar. - seu peito subia e descia com rapidez.

–– eu sei, amor...eu sei...- meus olhos se encheram de lágrimas o vendo naquela dor agonizante, já estive no lugar dele e a dor é horrível.

–– Tom por favor, tente resistir - Bill chorava ao lado do irmão, segurando sua mão com força.

os olhos do Kaulitz começaram a dilatar, o corpo começou a esquentar e perder a orientação.

–– Louise, faz alguma coisa! - Bill gritou

–– e-e-eu não sei

–– dar seu sangue pra ele, Inferno! - esbravejou me assustando.

–– não é assim tão fácil, porra! - puxei meus cabelos com força. Os batimentos cardíacos dele começaram a cair devagar, sua boca tomando uma cor arroxeada, seus olhos se tornando completamente brancos e a pele roxa.

–– por que ele tá ficando assim?

–– a frequência cardíaca dele tá abaixando, ele tá morrendo muito rápido. Tom fica, fica com sua ruivinha!

me levanto quase tropeçando em meus próprios pés e procuro pela cozinha, abro os armário até que acho uma faca e corro novamente pra sala, me jogo no chão e passo a lâmina com força no braço

abro a boca do trançado e deixo o sangue descer por sua garganta, mesmo que ele não suporte a dor maior que é ser transformado ou até se aguentará ser transformado, não sei se Tom irá ser, mas vale arriscar para o bem maior tanto meu quanto do seu irmão mais novo.

passei a mão suja de sangue no rosto do garoto que deu uma última olhada para mim e pra o irmão antes de forçar um sorriso e fechar os olhos pela última vez. Segurei o grito em minha garganta, apoiei a cabeça dele em minhas pernas e deixei as lágrimas restantes descer por minha face

Bill se atirou em cima do corpo do irmão, em prantos e totalmente desnorteado sem fazer o que fazer

ouvir a última batida do coração do garoto em meu colo e deixei um grito estridente de dor, tristeza e ódio por não ter impedido que o pior tivesse acontecido com o meu garoto.

eu já tinha noção do quão alto e poderoso meu grito foi já que sentir a casa inteira tremer e coisas a nossa volta foram derrubadas.

talvez tenha sido burrice da minha parte ter feito o que fiz segundos atrás, mas nada tiraria a dor e culpa em meu subconsciente e no meu coração que vez ou outra pulsava.

ver Bill devastado e sem orientação me deixou horrível, eu podia ter feito algo a mais ou até mesmo ter previsto que havia zumbis ali por perto

mais estava tão concentrada em Lúcio que não percebi a movimentação repentina em minhas costas e esse foi meu erro

erro que estou pagando caro agora, erro qual eu nunca vou me perdoar....

" Porque eu sempre perco pessoas que eu mais amo? É algum tipo de maldição? O que fiz de tão errado pra merecer esse castigo? "

ficamos em torno de segundos, minutos e horas ali chorando

a todo momento pedia desculpas ao Bill por ter deixado que isso acontecesse com o seu irmão, mas ele apenas dizia que eu não tive culpa e que fiz o bastante pra proteger-lo e tentar salva-lo. Embora eu soubesse que suas palavras foram apenas pra me confortar e não me culpar.

Órion havia aparecido minutos depois machucado e com o bracinho coberto por seu próprio sangue, assim que viu o Kaulitz sem vida no chão ele parou e me encarou por alguns segundos antes de se aninhar ao corpo do Tom.

–– precisamos ir embora...- disse Bill, com a voz embargada e rouca –– antes que mais monstros apareçam....

permaneci em silêncio apenas encarando o corpo em minha frente.

–– amor? - sentir os dedos gélidos do Bill em minha bochecha esquerda, seus dedos esguios fizeram um breve carinho antes de levantar meu rosto. –– vamos...- sorriu forçado

–– não podemos ir agora - murmurei encarando os olhos castanhos do garoto. –– tem monstros lá fora...

–– vamos esperar um pouco então - apenas assentir com a cabeça.

–– buscarei nossas coisas e você fique aqui com Órion - deitei a cabeça de Tom no chão novamente. –– por favor não questione - impedir que o moreno falasse algo protestando –– preciso que fique a salvo, perdi o seu irmão... não posso te perder também - encostei nossas testas e uma lágrima solitária desceu. –– mas antes, só por precaução...

–– o que? - me encarou confuso.

(...)

APOCALIPSE | • Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora