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ficamos algumas horas dentro do carro, o percurso todo eu me mantive quieta e na minha pois minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos e dúvidas, medo, desespero, angústia e dor por aqueles que morreram.

os gêmeos a todo custo tentavam puxar assunto comigo ou que falasse algo, mas apenas saiam breves palavras ou murmúrios inaudível. E se tudo isso esteja acontecendo por minha causa? Se eu não tivesse vindo todos estariam vivos ainda, certo!?

–– ruivinha? - dou um sobressalto quando sinto os dedos gélidos do Tom tocando minha coxa e me chamando

–– ah? O que foi? - olho em volta e vejo que paramos em frente a uma casa pequena.

–– estou te chamando faz um tempo. Tá tudo bem?

–– claro, está tudo bem sim - minto –– só estou cansada depois disso tudo que aconteceu - forço um sorriso. –– onde está o Bill?

–– está lá dentro - apontou com a cabeça pra dentro da casa. –– já verificamos pra ver se não tem nenhum zumbi ou monstro, é seguro ficar ali por hoje. Vamos! - apenas concordei com a cabeça e sair do carro.

Tom passou o braço em volta do meu pescoço e caminhamos pra dentro da casa com algumas coisas em mãos.

Bill estava sentado em um sofá com as mãos tapando o rosto e tinha a respiração um pouco pesada, me aproximei e sentei ao lado dele e passei os braços em volta do corpo dele o puxando pra um abraço

–– o que foi amor? - perguntou rente ao meu ouvido, balancei a cabeça em forma de dizer que não era nada e apenas me mantive naquela posição.

A porta da casa foi fechada e um som de móveis sendo arrastado chamou minha atenção, o trançado arrastava um dos sofás na direção da porta impedindo que algo entrasse ou saísse.

–– por ora vamos nos manter aqui e sem fazer barulhos desnecessário

–– estou com fome - me afasto do Bill

–– tem comida na dispensa dar pra nós alimentarmos até decidirmos o que iremos fazer - Bill me confortou com um carinho na coxa e um sorriso nos lábios

–– tô sentindo que algo pior vai acontecer... Eu tô com medo - escondo o rosto nas mãos e deixo as lágrimas descerem

–– ei, ruivinha - o sofá ao lado afundou e mãos acariciaram minhas costas –– olha pra mim - tirou minhas mãos do rosto e beijou-as –– não se preocupe com o que aconteceu, é normal, eles só devem ter percebido a movimentação repentina na estrada e foram ver o que eram. Não precisa ficar assim - deixou um selinho em meus lábios e um beijo na minha testa

–– seja lá o que aconteceu, veja pelo lado bom pelo menos não somos nós os mortos - olho indignada pro Bill e com os olhos arregalados, o Tom de voz dele continha ironia e humor.

–– eles tem família lá, Bill - rebati

–– todos temos família lá e todos sabíamos do risco que é sair do acampamento, eles aceitaram vim em troca de manter a família a salvo e com mantimentos - Tom defendeu o irmão, apenas assentir com a cabeça.

ficamos uns minutos calados apenas ouvindo a respiração um do outro e eu ouvindo os batimentos frenéticos do Tom, embora ele não admitisse, eu sei que ele está assustado e com medo disso tudo. Bill deitou-se no sofá e apoiou a cabeça nas minhas coxas e fechou os olhos, pegou minha mão e colocou na cabeça dele afim que eu fizesse um cafuné e assim fiz.

–– amor? - a voz dos Kaulitz soaram em uníssono em meus ouvidos, apenas continuei focada em um ponto fixo.

–– ruivinha, acorda! - dessa vez Tom que falou.

APOCALIPSE | • Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora