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Peter ficou quieto por mais um tempo até que olhou diretamente pra mim e depois intercalou nos gêmeos que se mantinham de braços cruzados e expressão séria.

–– Peter, estou esperando! - encarei o garoto em minha frente e bati o pé freneticamente no chão na espera.

–– eu estava sentado comendo uma barra de chocolate que tinha achado no armário - começou a contar. –– Georg tinha saído pra resolver uns assuntos por causa da saída de vocês já que ele ficou encarregado. Então eu resolvi dar uma volta já que ele estava demorando demais, andei um pouco pelo acampamento até que de longe comecei a ouvir barulhos de choros e risadas. Quando me aproximei eu vir dois garotos batendo no Saimon....

passei a mão no rosto já começando a me frusta com a situação.

–– aí você bateu nos dois garotos? É isso ai! - Tom sorriu pro Peter, olhei pra trás e o encarei séria. –– já falei pra não bater nas pessoas, isso é feio e nada educativo - voltei a me virar pra frente e vi pela visão periférica Tom fazendo um joinha pro meu irmão.

–– não tô achando um pingo de graça - vejo meu irmão desmanchando o sorriso que fez pro Tom.

–– não seja dura com seu irmão, Chucky. Você nem sabe o restante da história. - Georg cruzou os braços acima do peito

–– prossiga - inspiro fundo.

–– acabei me metendo no meio da briga porque o Saimon tava apanhando, os dois meninos eram maiores que ele e você sempre me disse que devemos ser justo independente do assunto que for - relaxo meu rosto e descruzo os braços. –– os garotos tinham feito bullying com o Saimon antes, e quando estava passando, eu não ia me meter mas não podia deixar o meu amigo apanhar. Eu acabei apanhando também

coloco a mão no rosto e seguro o riso, desvio o olhar e encaro os gêmeos, Tom estava com a expressão indigno e Bill sério.

–– aí quando deu hoje de manhã, eu ouvir eles falando de você

–– o que eles falaram? - volto a ficar séria

–– estavam dizendo que você é gostosa e que se fossem maiores iriam fazer coisas adultas

–– quem são esses filhos da puta? Me mostra o corto que eu vou matar eles de novo - indagou Tom, mesmo de costas eu sabia que ele havia travado o maxilar e seus punhos estavam fechados.

–– não gostei de ouvir eles falando de você, eu avancei em um deles e bati mas acabei me descontrolando....eu não queria mas algo dentro de mim dizia que era certo e eu apenas fiz, me desculpa Lolo - sua voz estava embargada e os olhos de encheram de lágrimas, parei em frente dele e limpei a lágrima solitária que desceu.

–– está tudo bem, mas o que aconteceu com o os outros? - acaricio o rosto dele.

–– depois disso o Peter acabou desmaiando - Georg interferiu –– comecei a ouvir alguns gritos e corri junto com o pessoal que tinham ficado pra ver o que estava acontecendo até que vi o Peter amarrado e chorando desesperado. Perguntei o que tinha acontecido e mandei solta-lo, antes que fizessem qualquer movimento vários esqueléticos e alguns monstros entraram por algum lugar

–– como assim? - Bill se aproximou e franziu o cenho

–– não sei explicar, pareciam que estavam protegendo o Peter. Começaram atacar todos e antes que fizessem alguma coisa comigo e com ele, o desamarrei e sair correndo pra cá.

olhei para os gêmeos sem entender o que estava acontecendo naquele lugar. Primeiro os monstros pareciam que estavam me perseguindo desde que fui mordida, depois ficaram andando próximos ao acampamento e teve o episódio na estrada, sem contar do dia que chegamos na minha antiga cidade onde meus avós moravam.

–– só aconteceu isso? - Tom perguntou. –– tá tudo muito estranho, desde que a Louise apareceu os monstros parecem que andam agitados

–– até eu me sinto agitado perto dela - encaro Bill. –– é como se eu necessitasse ficar perto dela

–– eu também sinto isso e nem é no sentido romântico - Tom alegou

–– do que vocês estão falando? A não vai me dizer que vocês também são monstros? - encaramos o Georg.

–– o que? Eu estive o tempo todo com esse mini Chucky, eu vi esse moleque matar o restante do pessoal e beber o sangue deles como se fossem suco de uva!

–– não gosto de suco de uva - Peter o encarou

–– não é essa questão, eu tô no meio de quatro monstros? - perguntou apavorado ––  há quanto tempo vocês são?

–– se acalma - encaro Georg. –– e que história é essa dele ter matado o "restante do pessoal"?

–– você transformou eles, Lolo? - meu irmão perguntou mudando de assunto

–– como assim transformou? - encarei os gêmeos e voltei atenção pro Georg. –– aliás, cadê o restante do pessoal?

–– é uma longa história - me sento no sofá.

–– tenho todo o tempo do mundo - respondeu Georg

–– não antes de contarem esse papo do Peter ter matado alguém - Tom fuzilou o responsável por Peter durante esses tempos foram

todos de calaram e um silêncio ensurdecedor pairou, Peter abaixou a cabeça e depois o levantou pronto pra confessar a chacina que fez.

–– descobriram que ele estava virando monstro e vieram até na casa pra matar-lo, em defesa a mim e a ele, Peter os matou - Georg quebrou o silêncio. Arregalei meus olhos e encarei meu irmão assustada com tal ação.

–– como descobriram? - pergunto

–– qual é, Louise. Queriam matar seu irmão e do nada vários monstros aparecem e depois somem como se nada tivesse acontecido, isso tudo só pra proteger-lo

passo a mão no cabelo e puxo para trás, seja lá o que estiver acontecendo aqui é tudo muito louco, minha cabeça vai explodir de tento pensar nisso

–– e agora respondam, onde estão os outros? - Georg nos encarou sério.

–– mortos, todos - Bill respondeu simples

–– vocês os mataram? - a feição de Georg ficou incrédulo

–– não, foram os monstros que estavam no caminho....- Tom contou todo ocorrido na estrada e a parte que Lúcio tentou me matar.

–– depois dos zumbis terem mordido o Tom, entramos em desespero, peguei ele e corri pra algum lugar que fosse "seguro", dei meu sangue....mas ele acabou não resistindo a mordida do zumbi e acabou "morrendo" - sento no braço do sofá e prendo o cabelo –– só que antes dele morrer já tinha tomado meu sangue, o processo já havia feito...bom creio eu. Nós íamos trazer o corpo dele pra enterrar aqui no acampamento só que ele acordou meio mumificado - faço cara de nojo. –– o corpo já estava entrando em decomposição em ritmo acelerado até que a  pele descascou e deu lugar a essa - olho pro trançado ao meu lado e sorrir. –– no dia que Tom foi mordido, acabei mordendo o Bill também e lhe dando meu sangue como força de proteção já que eu tinha ido buscar nossos pertences e o carro

–– como sabia que a transformação daria certo, ele podia ter morrido! - encaramos o Georg e então soltei um riso baixo

–– não sabia, apenas fiz o que tinha que fazer pra ter-lo comigo e pode parecer egoísmo da minha parte, mas tinha acabado de perder o irmão dele...não suportaria o perder também, caso contrário eu morreria também - meu irmão me encarou com decepção nos olhos. –– não me julgue, Georg. Apenas fiz o que tinha que fazer pra proteger ele

–– e se essa ideia estúpida não tivesse certo? - elevou o tom de voz.

–– não aumente o tom de voz pra ela, Georg Listing, se ela fez foi porque eu deixei - Bill se enfureceu –– sabe muito bem a dor de perder alguém que ama, então não a julgue.

ficamos naquele clima pesado durante minutos até que decidir sair do ambiente sinistro da sala e fui até o quarto para tomar banho e relaxar um pouco, meu corpo precisava daquilo mais do que nunca.

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