21. Marinheiro só

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Pov. Meliah
Exatamente dia 1 de outubro, organizei um jantar especial com nossa família e faria algo simples, assim como me lembrava de seus planos para o futuro.

"Meu sonho era ter a profissão que hoje tenho. Ter um casamento simples com a pessoa que eu amo e filhos, a alegria da casa".

Como estou fazendo um de cada vez, vamos primeiro pelo casamento.

Pedi permissão para ser liberada na quinta e voltar na segunda, expliquei os motivos e foi aceito. Felizmente!

Meliah:Você ama a praia, que eu sei!- brinquei ao puxar ela até as ondas agitadas.

Eliza:Mas não assim!- estirou língua e lhe abracei pela cintura.

Meliah: Você está comigo, esqueceu?- brinquei e ela gargalhou.

Aproveitamos a praia e logo lhe trouxe suco de laranja, do mesmo jeito que eu gostava. Deitei com a cabeça em seu colo e ela ficou fazendo carinho em meu rosto. Sorri enquanto via a sua guia azul e branca pendurada no pescoço.

Meliah:Canta aquela música pra mim... Por favor.- fiz bico e ela franziu o cenho.- Aquela que toda vez me faz dormir, só um pouquinho!- ela sorriu ao beijar minha boca e olhar para o mar.

Eu não sou daqui
Eu não tenho amor
Eu sou da Bahia
De São Salvador

Olha, eu não sou daqui
Marinheiro só
Eu não tenho amor
Marinheiro só

Sua voz era doce, seu sorriso voltado para o mar era tranquilo, assim como ela tinha começado a ficar.

Eu sou da Bahia
Marinheiro só
De São Salvador
Marinheiro só

Ô, marinheiro, marinheiro
Marinheiro só
Ô, quem te ensinou a nadar
Marinheiro só

Não compartilhava da mesma religião que a dela, mas respeitava e tinha um grande carinho, principalmente pelos seres superiores e seus estudos.

Ou foi o tombo do navio
Marinheiro só
Ou foi o balanço do mar
Marinheiro só

Lá vem, lá vem
Marinheiro só
Como ele vem faceiro
Marinheiro só

Suas explicações eram magníficas, eu amava parar tudo oque estava fazendo para escuta-lá sobre, principalmente ver seu brilho quando se tratava da sua religião de matriz africana.

Muita das vezes ficava triste por suas histórias com pessoas preconceituosas religiosamente falando.

Todo de branco
Marinheiro só
Com seu bonezinho
Marinheiro só

Lá vem, lá vem
Marinheiro só
Como ele vem faceiro
Marinheiro só

Todo de branco
Marinheiro só
Com seu bonezinho

Acabei adormecendo e acordei com seu carinho em minha bochecha.

Eliza:Vou parar de cantar esse ponto, você dorme demais depois que escuta ele!- brincou e sorri ao segurar suas mãos.

Meliah:Sua voz acalmou o mar!- fui sincera e ela negou enquanto olhava as ondas calmas, as praias do rio não eram assim.

Eliza:Imaginação sua!- sorriu de canto, vi que ficou pensativa naquilo. Sua fé era linda, assim como ela.

Meliah:Se fosse se casar...

Eliza:Com você!- me corrigiu e sorri ao me sentar de frente para ela.

Meliah:Comigo... Aonde queria se casar?- questionei e ela sorriu ao sentar no meu colo e abraçar meu pescoço.

Eliza:Vamos nos casar?- perguntou e sorri sapeca.

Meliah:E ter filhos?- fiz pergunta de dúvida é ela alargou o sorriso.

Eliza:Vamos?- quase pulou em meu colo e gargalhei.

Meliah:Não me respondeu!

Eliza:No mar ou na cachoeira. São lugares lindos!- sorri e beijei seu pescoço.

Meliah:Temos que ir... Ou esqueceu que marquei um jantar a dois?- brinquei ao me levantar com ela no meu colo.

Eliza: Bem que você poderia me levar assim pra casa!- fez voz manhosa e a fiz descer enquanto colocava a minha blusa na mesma.- Que coxona!- brincou ao apertar minha coxa e corei violentamente.

Ela sabia que eu tinha vergonha e fazia propositalmente.

Continua...

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