Pov. Meliah
Nosso casamento no civil foi lindo, ela usava um vestido branco simples, acima dos joelhos. Desde o pedido ela não parava de sorrir. Isso aumentou minha ansiedade e toda a base ficou comemorando por saber do meu casamento.No dia seguinte do casamento, depois de acordar após o horário de almoço, Eliza ficou bastante emocionada quando eu disse que iria organizar nas minhas férias acumuladas para nós casarmos lá em MG, na igreja aonde o seu pai casou com sua mãe antes de tê-la.
Seu pai e seus quatro irmãos moravam em MG, dois irmãos seguiram a mecânica e tinham uma grande oficina na cidade natal deles, um se formou em veterinário e o outro trabalhava como gerente de um supermercado.
O pai era aposentado e vivia ajudando na oficina mecânica dos filhos. Sou que ele trabalhou no sertão antes de conhecer a mãe de Eliza e ir morar com ela em MG aos 17 anos. Tiveram dois meninos quando a mãe tinha 19 anos, um menino aos vinte e o outro uma semana antes de fazer 23 anos.
Infelizmente a mãe já vinha com problemas na gestação e no dia do seu aniversário de 24 anos ela deu à luz a Eliza, acabou perdendo muito sangue e veio a falecer pouco tempo depois. O pai virou alcoólatra mas graças a Deus conseguiu deixar o vício e parou de culpá-la pela morte da mãe.
Um ano depois
Eliza:No que tanto pensa?- falou a mão na minha coxa.- Um beijo pelos seus pensamentos!- brincou e sorri ao parar o carro no sinal.- Quero dicas...
Meliah:Loira, tamanho médio e Maria farda!- brinquei no final e ganhei um beliscão.
Eliza:Está muito difícil!- entrou na brincadeira e sorri, pegando sua mão esquerda e beijando.
Meliah:Que loira mais linda... É casada?- fiz bico e ela ficou pensativa.
Eliza:Pra você eu abro uma exceção!- falou entre risadas e sorri acelerando o carro.
As ruas de São Paulo continuavam agitadas, ou eu que me acostumei com o clima do batalhão. Vim passar o final de ano com minha família e o São João do próximo ano eu iria conhecer a família de Eliza.
Depois de passar por vários pedágios finalmente chegamos na minha cidade natal. Um ano depois, tudo estava no seu lugar, menos as pessoas...
Eliza:Acho que isso é seu!- balançou uma chave para mim após pararmos em frente a casa de mamãe e papai.
Franzi a testa e ela apontou para uma moto XRE 300 em preto fosco, era alta e com a proteção da barra de ferro (conhecido como mata cachorro).
Meliah:Você não está falando sério!- sai igual criança do carro e fui até a moto.
Ela sorriu enquanto caminhava até mim e passava suas mãos por minhas costas.
Eliza:Essa é sua. Eu vi que você estava pesquisando algumas motos!- foi sincera e toquei em sua mão.
Meliah:Meu amor, não precisava, você sabe...- falei com calma.
Eliza:Eu sei que você quer ter calma e está pensando no futuro. Mas já temos nosso carro e a gravidez ainda demora. Aproveite sua moto!- me abraçou e acariciei suas costas.- Não aperta. Você acabou comigo!- me beliscou e gargalhei.
Depois de agradecê-la e termos sido recepcionadas por papai, mamãe e Camila, Pedro foi com eles até o shopping, as mulheres foram as compras e eles foram arrumar o cabelo.
Combinei de encontrar o resto do grupo com Camila e Eliza aceitou tranquilamente, portanto que eu chegasse viva em casa.
Um mês depois do casamento concordamos em começar o tratamento para a fertilização. Fizemos todas as aplicações e depois de bastante tempo sem nenhum sinal, vi Eliza se decepcionar consigo mesma e foi a pior cena para mim.
Tempos depois o médico nos deu a notícia de que o feto estava sendo gerido e saudável, fazendo as contas ela iria para o quinto mês agora.Era seu sonho ter um filho e isso é a sensação mais linda que uma mulher pode sentir. Eu chorei duas semanas seguidas, quem parecia grávida era eu.
Sua tranquilidade era surpreendente, era um dos detalhes que eu amava nela... Eu aprendi a amá-la, entendi que era dela que eu precisava, ela me ajudou a enxergar em mim oque eu procurava nas pessoas. Era ela!
Camila:Motona, eh!- bateu no meu ombro e sorri dentro do capacete.
Meliah:Foi minha sugar mulher que deu!- brinquei e ela gargalhou enquanto eu pilotava até um bar e restaurante que consumava frequentar depois do curso.
Camila:Davi não vai estar aí. Mas o resto já confirmou, incluindo Analu!- apertou meu ombro e assenti.
Meliah:Não precisa ficar tensa sobre ela... É passado!- falei firme e Camila bateu palminhas.
Eu usava uma calça jeans preta, colada ao corpo, vans preto nos pés e uma blusa branca com o desenho das nossas mãos, ela usava uma camisa igual, Eliza. Tinha minha jaqueta preta por cima e um relógio no pulso direito. Na mão esquerda brilhava minha aliança em ouro, se me perguntassem algum que eu achava mais lindo do meu corpo eu com certeza diria que era aquela aliança, estou pagando até hoje.
Camila:Como da pra perceber, só alguns ficaram mais bonitos!- zombou quando parei a moto em frente ao bar. Bem em frente a varanda do mesmo, aonde o nosso grupo estava.
Camila já desceu me puxando, tirei o capacete com os olhares e alguns sorrisos. Meu cabelo estava bem mais curto, já que da última vez ele batia na cintura. Cortei no ombro e ele continuava castanho claro, apenas estava com uma franja na testa. Eliza amava me fazer de boneca de salão.
Alice: Eu estou tão feliz por te ver... Não aguentava mais saber notícias suas por Pedro!- me abraçou e sorri.
Ela estava linda, sempre chamava atenção na escola. Seus cabelos pretos e lisos como de índio, seus olhos da cor de mel e seu sorriso amarelado era o charme. Usava uma jardineira de flores e uma blusa amarela, da cor do allstar que usava nos pés.
Meliah:Imagino. Soube que alguém fez meu amigo sofrer por bastante tempo!- brinquei e ela sorriu enquanto todo o grupo concordava e todos falavam ao mesmo tempo.
Letícia:Não acreditei quando falaram que você estava um mulherão!- me abraçou e concordei.- Você está linda!
Meliah:Igualmente. Demorei a acreditar que finalmente você se casou!- sorri e ela estendeu as mãos para o céu.- Quem foi o azarado?- brinquei e ela bateu em meu braço.
Letícia:As palhaçadas continuam a mesma!- estirou língua e sorri.
Cumprimentei a todos e sorri para Analu, continuava linda, como sempre.
Seu sorriso me encheu de lembranças.
Analu:Eu esperei por você!- Isso não foi algo que gostei de ouvir.
Meliah:Bom reve-lá!- sorri ao lhe abraçar de lado.
Seu perfume era o mesmo, seu sorriso era o mesmo. Sua pela mostrava cansaço mas não deixava de ser bem cuidada e cheirosa, era o mesmo aroma do hidratante que ela amava usar.
Seus olhos mais serenos e sua voz rouca, seus cabelos pintados de um massala puxado para o roxo brilhoso e um piercing novo no nariz.
Meliah:Achei de muita coragem!- brinquei ao me referir do piercing.
Analu:Tive que fazer algumas mudanças!- sorriu ao tocar no piercing e assenti.
Conversamos bastante, foi agradável depois desse episódio. Tirei a jaqueta e pedi um suco, fui pegar o copo com a mão esquerda e viram a aliança, começando a zombar de mim.
Guilherme:Pelo visto não foi só a Letícia que foi pega pelo mundo dos casados!- brincou.
Meliah:Felizmente tive essa sorte!- sorri ao fingir que não via os olhares de Analu.
Continua...
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O destino
RomanceNo princípio eram flores, mas até que ponto você iria por amor? Você saberia a diferença do amor da sua vida e o amor para a sua vida? Três mulheres de personalidade forte. Meliah Albuquerque, uma estudante prestes a encarar suas responsabilidades...