Narrado por Emily
Somos levadas para os fundos do palácio. Celina ergue o carpete, revelando uma porta secerta no chão. A porta da para uma escada, e ela começa a descer.
-Venham!
Entramos em uma sala subterrânea. O ambiente é escuro, mas logo nos acostumamos. Ao nosso redor, uma sala cheia de objetos bruxos, de todos os tipos.
-Como você sabe da existência desse lugar? – Pergunto
Ela sorri, e indica um livro aberto em uma mesa próxima. Leio a capa: "Plantas venenosas: Receitas, antídotos e muito mais!".
-Só pode estar de brincadeira!
-Valentim parecia gostar bastante desse lugar.
-Ele nunca falou para mim sobre isso – Yara comenta
-Porque será? -Lin rebate – Por acaso seria porque você é uma maluca pisicótica preconceituosa que apoia a caça as bruxas e odeia tudo e todos?
Pela primeira vez, vejo a princesa se retrair, um pouco envergonhada.
-Eu precisava falar com você sobre isso...
Ela endireita a postura e pigarreia.
-Eu te devo desculpas. Por tudo. Eu fui uma idiota, e eu entendo se você não quiser me perdoar, mas...Eu precisava tentar.
Eu e Celina erguemos a sobrancelha em espanto.
-Eu...Bom....Eu... – Celina também pigarreia – Que bom que você entendeu. E fez o mínimo que uma pessoa descente faria depois das coisas horríveis que você falou....
Um breve momento de hesitação
-Eu te perdoo.
A princesa solta o ar que estava segurando, e parece relaxar um pouco.
-Isso é incrível! – Valquíria saltita pela sala, maravilhada com a quantidade de objetos encantados – É tão...Chique! Eu posso tocar?
-Valquíria, por favor, não quebre nada – Ágatha sibila enquanto inspecciona uma caixa – E não esqueça para que estamos aqui!
-Ah, sim, desculpe – Ela junta os cotovelos, tentando não esbarrar em nada – Afinal, como vocês expulsaram Morgo do corpo da Celina?
-Morgo estava controlando seu corpo com base nos sentimentos negativos dela. Quando conseguimos desviar seu foco para algo que fosse mais forte que seu ódio, ela conseguiu expulsá-lo por conta própria. Emily estava em perigo, então ela desviou sua atenção para ajuda-la.
Yara ergue uma sombrancelha.
-Interessante.
-Isso significa -Me viro para Celina, espremendo os olhos -Que você me ama mais do que odeia as outras pessoas?
Suas bochechas adquirirem um tom verde escuro.
-Oi? Eu...Eu não...Digo...
Ela coloca puxa o colarinho com os dedos, suando
-Acho que encontrei algo!
Ágatha puxa uma espécie de vaso de porcelana tampado. Assopra, preenchendo o ar com poeira. Espirro desenfreada. Ao ser aberto, o pote emerge um brilho azul turquesa.
-É perfeito! Agora vamos sair daqui!
-Por favor! –Imploro, espirrando novamente.
Subimos novamente, voltando para os jardins.
-Agora, precisamos encontrar um jeito de tira-lo do corpo de Valentim, para que possamos...
-Vocês estão falando de mim?
Congelamos. Uma a uma, nos viramos devagar.
Valentim está parado. Parece ainda pior do que a ultima vez que o vi. O cabelo loiro está bagunçado, e os olhos sem um pingo de vida. Ele está sentado calmamente em um banco de madeira, e segura uma rosa vermelha. Um de seus dedos foi espetado, e o sangue escorre por suas mãos. Ele não parece se importar.
-Olá, meninas. Sentiram saudade?
A rosa em suas mãos começa a se curvar. Ela murcha, escurece.
E, por último, morre.
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A Ladra de Lumis: Sombras do passado
Fantasy*É recomendado ler o primeiro livro da saga antes de iniciar este! Uma nova era inicia-se em Lumis. A barreira e Tenébris foi derrubada, e os reinos estão em discórdia. Celina, agora livre, finalmente decide dar mais um passo em direção a suas raíz...