20 | bucky barnes

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ERA A SEGUNDA noite seguida que Bucky Barnes dividia a cama com Charlotte Zhang. A segunda noite em que os dois apenas adormeciam nos braços do outro, nada mais e nada menos — nem mesmo um selinho ou uma mão boba.

Ele havia prometido que não sairia do lado dela no dia da audiência, e vinha cumprido sua promessa, deixando Charlie usá-lo como bem quisesse. As migalhas que estava recebendo estavam sendo muito bem-vindas.

Eles estavam dormindo de conchinha, o corpo curvilíneo e macio dela colado ao seu. O seu braço estava debaixo do pescoço dela, enquanto o outro, o de vibranium, estava entre os seios dela, sendo abraçado por Charlotte.

Aqueles dias, tinham sido uma de suas melhores noites de sono. Sem pesadelos, sem suor, sem corpo doendo. Apenas o conforto, a paz; e a maciez do corpo dela, o cheiro dela, o calor dela. Estava amando, e não queria que aquilo acabasse nunca.

O som estridente e irritante ecoou pelo quarto escuro e silencioso. Bucky franziu o cenho, levando a mão até a mesa de cabeceira e pegando o celular que berrava incessantemente. Não fazia ideia que horas deveriam ser, então, ao atender a chamada, ainda de olhos fechados e sentindo Charlotte resmungar, esfregando a bunda contra si, o seu desgosto era notável.

— Que foi?

Bucky. — A voz tão conhecida por ele soou em seus ouvidos, arrancando-o um grunhido irritado.

— Porra, Samuel — resmungou. — Eu estava dormindo. O que você quer?

Temos um problema.

Ao ouvir aquelas três palavras, Bucky abriu os olhos, encarando a parede cinza. Ele uniu as sobrancelhas, esperando que Sam desse continuasse, aguardando qual seria o problema que tinham em mãos.

— O que? — perguntou impaciente

Um corpo — disse. — A polícia e o FBI já estão a caminho do local. Acabei de receber a informação.

— De quem?

Não sabemos ainda.

Bucky afastou-se de Charlie o suficiente para poder se sentar. Ele apoiou os cotovelos no joelhos e esfregou uma mão no cabelo. Nervoso. Por um breve momento, tinha esquecido do caos em que se encontravam; com roda a onda de crimes e tráficos que acontecia por baixo dos panos e que eles continuavam sem respostas ou pistas. Com esse pensamento, uma pontada de esperança surgiu em seu peito.

— Você acha que tem haver com o Crane?

Não faço ideia, irmão. — Suspirou. — Estou indo para lá, quer que te busque?

Bucky olhou por sobre os ombros, sentindo o coração aquecer e disparar com a visão maravilhosa de Charlotte enrolada no cobertor. Não queria ir. Queria ficar ali com ela, dormindo pelo resto do dia, agarrado ao corpo dela. Mas o dever o chamava. E, definitivamente, não poderia deixar de acompanhar aquela investigação. Precisava examinar o local do crime e o corpo com mais afinco do que a equipe criminalista.

✓ Sparks • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora