26 | recaída

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JÁ ERA FIM de tarde. O sol começava a se pôr no horizonte, dando espaço para a escuridão que chegava devagar, cobrindo o céu com seus tons escuros e alaranjados. As luzes dos postes e dos estabelecimentos começaram a se acender, deixando as ruas de Nova York iluminadas.

O seu expediente já havia chegado ao fim e, agora, Charlotte terminava de arrumar as suas coisas para ir embora. Por ser mais uma sexta-feira, a mulher estava extremamente animada e feliz. Tinha até trabalhado com bastante disposição, ignorando os flertes baratos que recebera e a pouca gorjeta.

Harper passaria mais uma semana com Charlie e Bucky. E era esse o motivo de toda a sua felicidade, estava morrendo de saudade de sua filha — mesmo que tivesse poucos dias que tinham se visto. Com um sorriso no rosto, Charlie pegou sua bolsa e casaco e despediu-se dos colegas de trabalho.

Ao sair do Daisy's, Charlotte foi recebida pelo ar gelado da noite que se aproximava. Ela vestiu o seu casaco, fechando os botões até o pescoço, protegendo-se o quanto podia do frio. Com as mãos dentro dos bolsos, Charlotte olhou ao redor, pronta para seguir em direção ao metrô; pronta para ir embora e encontrar sua filha e seu namorado. Por estar livre naquele dia, Charlotte tinha dado a Bucky a tarefa de buscar Harper no Abrigo.

Ela atravessou a rua, seguindo junto a uma multidão de pedestres para o metrô do outro lado da rua. Estava no topo das escadas, escutando as pessoas ao seu redor conversarem, rirem e assobiarem, prestes a descer os degraus para a estação. Uma sensação estranha tomou conta de Charlie, fazendo-a congelar no lugar, as mãos presas dentro dos bolsos e o coração disparando em seu peito.

Sentia-se estranha, como se alguém estivesse a observando de longe, vigiando os seus passos, suas emoções. Charlotte engoliu em seco e olhou ao redor, encontrando apenas rostos desconhecidos preocupados demais em seguir para o metrô ou para o seu destino.

A sua cabeça virou para o lado, em direção ao Daisy's. E foi então que viu. O homem estava parado ao lado de seu local de trabalho, vestindo preto dos pés à cabeça. Uma touca de lã cobria os seus cabelos, botas pesadas apoiadas na parede atrás de si e os braços fortes cruzados em frente ao peito largo. Um cigarro estava preso no canto dos lábios dele, que se puxavam em um sorriso debochado.

Discreto para todos, mas não para ela. Nunca para ela. Charlotte reconheceria ele em qualquer lugar. Sabia que por baixo daquele moletom preto, escondia tatuagens e cicatrizes. Parker Smith é um bonito e atraente. O tipo de homem que chamava a atenção do sexo feminino e masculino. No entanto, conhecendo Parker como a palma de sua mão, Charlotte sabia que existiam milhares de partes feias e podres dentro dele.

Um arrepio subiu por sua espinha enquanto encarava os olhos escuros de seu ex-namorado. Não o via há muitos anos. Não sabia sobre o paradeiro dele há muitos anos. Há muitos anos não escutava nem mesmo uma notícia sobre ele. E agora, ali estava Parker, bem a sua frente, longe da prisão ou do buraco de onde havia saído.

✓ Sparks • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora