𝑺𝑷𝑨𝑹𝑲𝑺.
⸻ Aos 26 anos, a vida de Charlotte Zhang não estava indo conforme havia planejado aos dezesseis anos. Solteira, mãe solo, com um emprego instável, sem família e sem teto. Era um pesadelo acontecendo bem diante de deus olhos.
E...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
━━━━━━━━
Uma semana depois...
ERA O seu quarto dia morando ali — de volta no lugar onde jamais deveria ter saído. Os seus olhos observavam com atenção cada canto do apartamento, que ainda tinha coisas suas nos lugares que havia deixado antes de sair dali. Intocáveis. Tinha sapatos ao lado da porta, bolsas penduradas na parede, almofadas de pelinhos e em formato de flores no sofá, os utensilios domesticos coloridos em meio a cozinha preta e escura, o relógio na parede da sala, e muitos porta-retratos com Harper e ela em cada superfície.
Charlotte suspirou, passando a mão sobre a manta cinza em seu colo. Nada tinha mudado. Bucky não havia tirado nada do que pertencia a ela do lugar — como se soubesse que em algum momento, Charlie fosse voltar para casa. E ela, de fato, voltou.
Apesar de ter voltado a morar com Bucky, ainda não estavam juntos como um casal. A relação entre eles estava estranha, como se fosse a primeira vez que se conheceram, ou como a primeira vez em que começaram a morar juntos, meses atrás. Ainda existia carinho, amor e cuidado na forma em que se olhavam, sorriam e se tocavam; tímidos, inseguros e confusos. Não tinham se beijado ainda e muito menos dormido juntos — nem mesmo estavam dividindo a mesma cama. O mais próximo que chegaram do que uma vez foram foi um abraço e um beijo na bochecha.
Ainda não tiveram a conversa; aquela conversa em que Charlie pedia desculpas a Bucky por não ter acreditado nele, aquela conversa em que dizia o quanto o amava e se arrependia de ter virado as costas para ele sem nem pensar. E, parando para pensar, se não tivesse deixado se levar pelos traumas do seu passado e tivesse escutado Bucky quando deveria, talvez, só talvez, Joshua não teria a sequestrado e não teria estado entre a vida e a morte em uma cama de hospital.
Estava observando, pensativa, Ginger e Fumaça rolando sobre o tapete, Alpine dormia sob seus pés, Lâmina estava sentado sobre a bancada da cozinha, Milo brincava com um ratinho de borracha e Canela dormia em seu colo. O apartamento estava vazio. Estava sozinha com os gatos e o cheiro do perfume dele impregnado em cada cômodo.
Eram quatro e quinze da tarde, e em poucos minutos iria buscar Harper na creche. Estava feliz com a mudança que teve no caso de Harper. Já que Joshua não estava mais entre os vivos, agora disputaria a guarda de Harper sozinha — e, segundo Dylan, as suas chances de ganhar aquela causa eram ainda maiores que antes.
Sorrindo, aliviada e satisfeita, Charlotte levantou-se do sofá e pegou a bolsa sobre a mesa de jantar. Ela se despediu dos gatos e saiu de casa, indo em direção ao metrô. Indo encontrar a sua pessoa preferida no mundo inteiro e que estava morrendo de saudades.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
