03 | elevador

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O SOL refletia em seu rosto, fazendo com que ela franzisse os olhos e tentasse se livrar dos raios solares com a coberta. No entanto, não adiantava de nada, nenhuma posição, nem a almofada e muito menos a coberta serviam como um bloqueio para a claridade matinal. 

Charlotte soltou a respiração pela boca e encarou o teto. Ela empurrou a coberta até os pés e olhou ao redor, limpando os cantinhos dos olhos com as unhas. Tinha dormido no sofá de Lindy, e estava com uma dor de cabeça horrível.

Ao pegar o seu celular, seus olhos se arregalaram e o sono desapareceu em segundos. Como assim já eram onze horas da manhã? Como assim seu celular não despertou, e como assim Lindsay não a acordou?

A mulher se levantou do sofá em um pulo, enrolando os pés na coberta e caindo de cara no tapete da sala. O seu nariz latejou e seus olhos se encheram de lágrimas. Charlie espirrou três vezes seguidas, correndo até o banheiro. 

Estava muito atrasada. Tinha que estar no trabalho meia hora atrás. O banho ficaria pra depois, assim como o café da manhã. 

Charlotte tirou as roupas da noite passada, e passou desodorante e creme hidratante no corpo. Em seguida, lavou o rosto e escovou os dentes. Certo, certo. Daria tempo. Estava tudo sob controle.

Vestindo apenas a sua calcinha e o seu sutiã com estampa de gatinhos, Charlie foi até a sua mala, tirando uma meia calça preta, uma saia e uma blusa. 

Na velocidade da luz — e quase rasgando a meia fina e delicada —, Charlotte vestiu a roupa, enfiando a blusa de gola alta por dentro da saia e calçando os tênis logo em seguida. 

Quando estava pronta, ela pegou a sua mochila, um casaco — afinal era fim de Outono em Nova York — e seu celular. Charlotte saiu de casa, trancando o apartamento de Lindy com a chave extra e correndo até o elevador. 

Ela apertou o botão do térreo e encostou contra a parede de ferro, suspirando. 

— Segura a porta! — pediu alguém, correndo até o elevador. 

Charlie levou a mão até a porta, segurando-a enquanto avistava Bucky Barnes correndo até ela. O homem passou pelas portas e encostou-se contra a parede, suspirando. 

— Valeu! 

Bucky usava preto dos pés à cabeça. Um óculos de sol estava camuflado entre os fios escuros de seu cabelo e ele segurava um capacete nas mãos enluvadas. 

Ele a olhou pelo canto do olho e sorriu, reconhecendo-a.

— Está melhor hoje? — indagou. — Não tem melecas. 

Charlie bufou, esfregando a mão no rosto. 

— Dá pra você esquecer isso? 

— Não. 

✓ Sparks • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora