Sucri acenou ao lado de fora do motorhome e eu guardei o meu celular no bolso. Sai de dentro do veículo, fechei a porta e segui na direção dele, que já estava em frente a loja de conveniência do posto.
Sucri abriu aporta para que eu entrasse na loja e abriu aquele sorriso que eu não sabia dizer se ele estava sendo cavalheiro, se estava de palhaçada ou isso fazia parte do plano " me conquistar ".
A verdade é que pensar que ele estava mesmo tentando me conquistar me causava medo. Medo porque eu não queria ser conquistada. Não só porque ele nem é da minha realidade e, provavelmente, sumirá para sempre quando encontrarmos um jeito dele ir embora. Mas, também porque eu nunca me senti tão perto de descobrir quem eu sou de verdade. A minha existência nessa vida sempre me pareceu mais uma incógnita do que outra coisa. E se o Montgomery realmente tiver as respostas? E se eu finalmente descobrir da onde eu vim e quem eu sou? Não acho que esse seja o momento ideal para eu me apaixonar, até porque nunca estive apaixonada e não sei como vou reagir a isso.
E se eu for do tipo obcecada que desiste de tudo por um cara? E se eu estiver a beira de descobrir tudo sobre mim, mas tiver que escolher entre isso e um cara e escolher o cara? Não quero correr riscos.
Entrei na loja, que não tinha tantas opções. Duas prateleiras dividiam o lugar, uma parte para biscoitos e salgadinhos, a outra para produtos de limpeza. Do outro lado tinham bebidas variadas, de suco à bebidas alcoólicas, e do outro alimentos para microondas, que foi logo onde fomos.
Tinha um microondas no motorhome e usaríamos ele nos primeiros dias. Depois tentariamos usar o fogão.
ㅡ O que vai querer jantar? ㅡ Ele puxou um pacote de milho de pipoca de microondas e olhou o que estava escrito atrás, logo depois o colocou de volta na prateleira.
ㅡ Hm... ㅡ Analisei as comidas e puxei uma embalagem de lasanha. ㅡ Acho que isso.
ㅡ Ok. ㅡ Ele pegou outra de outro sabor e nós nos dirigimos ao caixa. Sucri pagou as duas e mais dois bombons que ele pegou do nada. Voltamos para o motorhome, ele pagou ao frentista e nós partimos novamente, só que agora já era noite. ㅡ Que coisa louca, eu já sabia, enquanto eu me arrumava, algo me dizia... ㅡ Ele cantarolava junto da rádio enquanto eu dirigia. Eu estava na cozinha, esperando as lasanhas ficarem prontas.
Estava apoiada no balcão atrás de mim com os braços cruzado quando olhei pra frente e o vi cantar enquanto balançava a cabeça e batucava no volante.
Eu acabei sorrindo sem perceber no exato momento em que ele olhou para mim pelo retrovisor.
Escondi o sorriso e olhei para o microondas na esperança de que ele não tivesse percebido. Foi quando o microondas apitou e eu me mexi para abri-lo.
Fechei os olhos quando senti o cheiro maravilhoso de queijo e molho.
Tirei-o de dentro do microondas, coloquei sobre a bancada e cortei no meio. Dividi em dois pratos e senti o motorhome estacionando.
ㅡ Onde estamos? ㅡ Terminei de colocar os dois pedaços nos dois pratos e pus sobre a mesinha.
ㅡ Num camping de trailer. ㅡ Ele desligou o veículo e foi até a porta para abri-la. ㅡ É mais seguro do que passar a noite na beira da estrada. ㅡ Ele percebeu a lasanha e já pegou um garfo para comer. Nos sentamos em volta da mesinha em silêncio e começamos a comer. Lá fora não se via muito, só uma placa grande com o nome do camping e alguns outros motorhomes, todos fechados. O lugar não tinha muita luz, apenas a lua nos permitia enxergar lá fora. ㅡ Sua mãe mandou mensagem?
ㅡ Sim, umas duas vezes a cada meia hora. ㅡ Ele sorriu e comeu mais uma garfada da lasanha. Um silêncio dominou o trailer por uns segundos até eu decidir matar minha curiosidade. ㅡ Como é a sua vida? ㅡ Ele ergueu o olhar para mim parecendo não entender a pergunta. ㅡ Lá na sua realidade... o que você faz? Como são os seus dias?
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Amor à primeira linha II
RomansaSEGUNDO LIVRO DA SÉRIE MONTGOMERY E se você escrevesse uma história de amor na qual você é a personagem principal e inventasse o cara perfeito que se apaixona por você? E se, de repente, ele saísse magicamente do livro e caísse no seu quarto?