( Narrado por Morgana )
Eu não sei o que me deu para ter dito aquilo e ainda segurando o rosto dele tão perto do meu. Geralmente eu desmaiaria antes de dizer qualquer coisa parecida para um cara, mas foi uma coisa tão espontânea que eu nem pensei, só fiz e disse.
O olhar de Sucri para mim foi de total surpresa. Não é pra menos, até eu fiquei surpresa com tamanha ousadia da minha parte.
Não foi grande coisa, mas vindo de mim, era uma baita ousadia.
Não soube o que fazer depois de dizer aquilo, então só sorri, fingindo naturalidade e agindo como se não estivesse em surto por dentro, soltei o seu rosto e segui caminhando. Era engraçado ver as reações das pessoas para nós, afinal, ainda estávamos fantasiados. Se fosse na minha cidade, eu certamente estaria morrendo de vergonha e louca para chegar logo em casa. Mas, sei lá, pensar que essas pessoas não me conheciam me deixava a vontade. O que me faz pensar que muitas das minhas paranóias eram coisa da minha cabeça, afinal, minha cidade é grande. Eu não conhecia todo mundo, na real, não conhecia nem cinco porcento das pessoas da minha cidade, mas sempre que fazia algo em público, pensava que todos me conheciam e que em mente estavam zombando de mim.
Me pergunto quantas vezes me senti mal pensando que estavam pensando algo de mim quando, na verdade, as pessoas não estavam nem pensando em mim.
~We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas and a happy new year~Uma música natalina tocava na praça da cidade. Eu não sabia se eles já tinham terminado de colocar todos os enfeites, mas estava tudo muito bonito.
ㅡ Mamãe, mamãe! É a Rapunzel! ㅡ Uma garotinha, que devia ter uns oito anos, apontou para mim enquanto corria na minha direção com os braços abertos.
Uma mulher e um homem vinham logo atrás, caminhando devagar, e sorrindo para mim e para a criança. Quando ela chegou em mim, me abaixei para abraça-la. A criança cheirava a perfume e shampoos da capricho.
ㅡ Canta a música da princesa! Canta! ㅡ Ela começou a dar pulinhos na minha frente.
ㅡ Ah... eu... ㅡ O sorriso nos meus lábios era de puro desespero. Eu costumava cantar em casa, no chuveiro, mas esse não era um caso de talento escondido, como a dança, era um caso de sou péssima e nenhum ouvido merece sangrar por me ouvir cantar. ㅡ Eu não... ㅡ Olhei para Sucri pedindo socorro.
ㅡ Ah, a princesa está com dor de garganta por cantar o dia todo. ㅡ Sucri se abaixou para ficar na altura da menina e começou a cantar a parte do Flynn da música Vejo enfim a luz brilhar.
A menina sorria enquanto olhava para ele como se fosse um príncipe encantado.
As vezes eu me esquecia de que ele cantava. Vê-lo cantando para aquela criança enquanto os pais sorriam atrás foi um momento que eu não me esqueceria.
Depois que ele terminou de cantar, a menina o abraçou e a mãe perguntou se ela queria tirar foto. Nós nos posicionamos ao lado da menina e sorrimos para a foto. Percebi que aquilo estava chamando atenção e que algumas pessoas, com filhos, haviam parado para olhar.
ㅡ Toma, princesa. ㅡ A menina me estendeu a mão fechada e eu abri a minha. Ela deixou cair uma bala de hortelã na palma da minha mão. ㅡ Para sua garganta. ㅡ Cochichou.
ㅡ Obrigada. ㅡ Sorri a vendo voltar para os pais e se afastarem. Contudo, ao passo que eles se afastaram, outras crianças se aproximaram querendo abraços e fotos. Me senti como as moças que trabalham na Disney vestidas de princesas. O melhor é que eu nem era parecida com a Rapunzel. Meu cabelo era, sim, bem longo, mas era só isso. Ele nem era loiro, era castanho claro.
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Amor à primeira linha II
RomansaSEGUNDO LIVRO DA SÉRIE MONTGOMERY E se você escrevesse uma história de amor na qual você é a personagem principal e inventasse o cara perfeito que se apaixona por você? E se, de repente, ele saísse magicamente do livro e caísse no seu quarto?