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desatino

ausência de tino, de bom senso, de juízo; desvario, loucura.


Depois de um dia longo, eu finalmente consegui me sentar

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Depois de um dia longo, eu finalmente consegui me sentar. O café estava pronto. Me sentei á mesa, com o notebook ligado enquanto assoprava o líquido escuro dentro da xícara amarelada. Olho o horário e vejo que eram exatas 21:40, um longo suspiro escapou pelos meus lábios e eu dei um gole generoso do meu café, grunhindo baixinho, caralho, isso aqui tava muito bom. Era disso que eu precisava, uma boa xícara de café e o silêncio reconfortante do meu prédio.

Continuei digitando o planejamento para as próximas aulas, um pouco entusiasmado, eu realmente gostava desse processo criativo e tudo estava na maior paz. Eu já estava quase na metade, imerso nas palavras e ideias que surgiam conforme eu separava alguns materiais que julguei serem interessantes e só prestava atenção na posição do meu óculos, arrumando ele sempre que o mesmo escorregava pelo meu nariz. Após mais alguns goles da minha bebida favorita no mundo e eu ouvi batidas ritmadas na minha porta.

- Oxe... Uma hora dessa? - questionei baixinho, para que quem quer que estivesse do outro lado não me ouvisse. Me levantei e sai da minha cozinha, cruzando o apartamento e chegando até a porta, olhando através do olho mágico.

Era uma mulher, não sabia dizer se era alta ou baixa mas que era bonita com certeza ela era. Abri a porta ainda ponderando se isso não seria alguma pegadinha.

- Boa noite...

- Oi!

A mulher sorriu enquanto me olhava. Ela era alguma idiota por acaso ou ia me vender algum produto aquela hora da noite? Sorri fechado enquanto olhava para ela, prestando atenção nela como um todo. O cabelo estava preso num rabo de cavalo baixo e a franja bagunçada dava um certo um charme. Trajava um macaquinho jeans e um top de academia, parecia cansada mas o brilho dos seus olhos me dizia outra coisa.

Pude notar ao olhar para o corredor que ela ainda estava se estabelecendo no apartamento. Tinham alguns caixotes na sua porta de entrada e algumas latas de tinta vazias, como assim eu cheguei e não percebi essas coisas no corredor? Voltei o meu foco pra garota na minha frente e me questionei novamente o que diabos ela tava fazendo na minha porta uma hora daquelas.

- Olha se for da Avon-

- Ah, não! Meu deus, não, de jeito nenhum! Eu sou a Bruna, sua nova vizinha. - ela riu sem graça enquanto estendia a mão - Fiquei sabendo que o senhor mora nesse andar sozinho, né?

Peraí. Senhor? Essa garota 'tá ficando maluca por acaso? Não que eu não fosse velho mas calma lá, tudo tinha um limite! Eu nem era tão velho assim. Tá, talvez 47 não fosse um número tão baixo assim mas eu estava em forma e não me considerava velho. Senhor.. Essa agora foi boa.

Fantasize  •° WAGNER MOURA °•Onde histórias criam vida. Descubra agora