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"Não louvarei senão o que eu puder defender."

Soneto 21, William Shakespeare

Soneto 21, William Shakespeare

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Recomeçar era bom.

E eu precisava disso na minha vida, eu estava no auge dos 24 anos e cursando a faculdade dos meus sonhos num lugar encantador e finalmente iria morar sozinha. A Bahia é, sem sombra de dúvidas, incrível em todos os seus aspectos. Bem, tirando o trânsito.

A faculdade ficava a poucos minutos da onde eu estava alojada e eu havia conseguido uma vaga de atendente numa pequena confeitaria ali na mesma rua do meu prédio, eu não podia estar mais feliz. Olhei para cima, contando exatos cinco andares, eu ia para o penúltimo, o famigerado apartamento 404.

O prédio todo era pintado de um tom salmão, o que me agradava bastante, era uma cor que emanava calma. Bem, não que eu fosse muito calma mas enfim.

A portaria tinha uma guarita bem pequenininha e o acesso para a garagem, fora isso, não tinha nenhuma área de lazer e era de se imaginar já que era um único prédio e me surpreendia que tivéssemos porteiros mudando de turnos durante todos os dias. O bairro todo era na mesma vibe do prédio, as pequenas casinhas e comércios ali tinham todos uma paleta estranhamente parecida e eu notei que a maioria doe moradoresneram senhores de idade.

Meu vizinho deve ser o papai dinossauro do seriado de TV de 1991. Ri sozinha enquanto levava a última caixa escadas acima. A maioria das coisas já estavam no devido lugar, as paredes pintadas em tons acinzentados que variavam de acordo com o cômodo.

Meus avós me ajudavam com o aluguel, o que era uma bênção e quebrava um galho já que meu salário não era lá essas coisas.

Apoiei a pequena caixa encima da minha mesa de jantar e ouvi um click vindo do corredor, coloquei a cabeça para fora do apartamento a tempo de ver um homem entrando no apartamento do lado, ele parecia não ter me notado ali. Ele era meu único vizinho de andar. Seria bom manter uma boa convivência né? Ele deve ser um senhorzinho gentil e dócil, com certeza vamos nos dar bem!

Era por volta das nove da noite e eu terminei, finalmente, de retirar as coisas importantes das caixas e colocar elas em seus lugares. Nada ali era muito definitivo mas o essencial me bastava. Sorri enquanto olhava a minha sala, meu quarto todo montado, minha cozinha quase toda montada. Caramba, eu 'tô muito feliz!

Me dirigi a sala e me sentei no sofá cor de vinho e comecei a analisar toda a mobília do meu pequeno lar. As paredes foram recém pintadas de bege e uma das paredes tinha uma arte que eu mesma desenhei. A mesinha de centro escura e arredondada que combinava com o raque do mesmo tom. A única peça extra colorida que eu tinha era de fato o meu lindo sofá vermelho vinho.

Fantasize  •° WAGNER MOURA °•Onde histórias criam vida. Descubra agora