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Quero nadar nas suas águas, nas ondas dos seus cabelos.

Sereia, Roberto Carlos

A noite caiu e o jantar estava servido

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A noite caiu e o jantar estava servido. A família reunida junto de amigos queridos e pessoas adoráveis se não fosse pela presença de Theo, independente da ameaça que fora feita noite passada, ele parecia não se tocar e continuava insistindo em estar num ambiente que não o cabia.

Mas fora esse detalhe sórdido, toda a decoração da festa era simplesmente adorável, o buffet contratado veio da cidade grande e estava muitíssimo bem acomodados numa pequena pousada. O vasto quintal estava repleto de mesas cobertas por panos vermelhos e brancos e eu só conseguia pensar no trabalho que foi arrumar tudo isso - até por que eu e Wagner tivemos que botar a mão na massa.

Meu avô não precisava de um bom motivo para festejar, ele simplesmente precisava de um lucro a mais e a vontade de festejar e, senhoras e senhores, o que esse idoso mais tinha era vontade de festejar e ele sabia como fazer uma boa festa. Ele quem organizou meus quinze anos e eu tenho que admitir, foi a melhor festa que eu já tive e eu tive várias.

Eu estava sentada ao lado de Wagner, concentrada em ouvir a conversa do meu namorado com uma filha de uma filha de uma amiga da minha vó.

Ou seria filha de uma irmã de uma amiga da minha vó? Arqueei a sobrancelha com esse pensamento e olhei para a menina e a vi sorrindo abertamente para mim, me fazendo lhe oferecer um sorriso fechado mas gentil, desmanchando a expressão de confusão para evitar confusões sem embasamento.

- Hm... - pigarreio para chamar a atenção de Wagner e da garota que agora, infelizmente, eu não me recordava o nome - Wagner é professor de música.

- Sério?! Que legal, eu sou apaixonada por música mas sou suspeita a falar por que faço teatro musical. - ela riu enquanto apoiava os braços na mesa - E você Bruna, o que anda fazendo?

- Moda. - respondi com um sorriso orgulhoso no rosto.

E ali outro assunto se iniciou, deixei os dois conversarem sobre música e musicais e como era o processo criativo e eu me perdi legal no assunto deles. Me levantei passando a mão pelo meu cabelo e ficando próxima da banda que agora tocava uma música um tanto quanto antiga e realmente maravilhosa. Como Vai Você do Roberto Carlos tinha um toque suave e melancólico, eu tinha que admitir que apesar de reclamar toda virada de ano sobre o descongelamento dele, o cara sabia fazer música.

- Bruna.

Me virei levemente e vi Theo com um copo em mãos e o olhar atento. Me afastei instintivamente, fechando a cara, o olhando com estranheza.

- Nós não tivemos a chance de conversar, eu vim por que seus avós pediram e por que eu te devo desculpas por tudo que eu te causei.

- Ah, você veio me pedir desculpas?

Fantasize  •° WAGNER MOURA °•Onde histórias criam vida. Descubra agora