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É como sorrir quando o pelotão de fuzilamento está contra você
E você apenas fica alinhado

Lana Del Rey - Cherry

Era por volta das 17h quando Bruna me avisou que precisava sair

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Era por volta das 17h quando Bruna me avisou que precisava sair. Ela estava com um trabalho de meio período na pequena cafeteria do nosso bairro, de segunda a quinta ela ia pela manhã e nas sextas-feiras ia pelo horário da noite e fechava o estabelecimento. Tive que insistir muito para que ela me deixasse buscar ela, apesar da calmaria do nosso bairro eu sabia o perigo que ela corria em andar sozinha durante a noite e sabe-se lá o que diabos havia entre os becos escuros durante o caminho.

O relógio constava 17:46. Eu me levantei do sofá, me espreguiçando e chacoalhando as chaves do apartamento de Bruna. A morena me pediu para dar a comida da tal Fiorella - diga-se de passagem, um nome incomum para uma gata. Gosto de animais mas nunca havia me imaginado criando um gato.

Talvez um cachorro, um labrador quem sabe, eu me imagino tendo um. Mas para isso eu precisaria de um espaço maior.

A ideia de ter um ou dois animais de estimação com Bruna me causou um conforto interessante e completamente novo e talvez inalcançável. Sai de casa, fechando a porta atrás de mim e indo até a porta do apartamento de Bruna, coloquei a chave na fechadura e a girei com facilidade, finalmente tendo acesso ao seu apartamento.

O sol já estava se pondo e trazia um aspecto alaranjado e deixava o apartamento de Bruna ainda mais interessante. Ouço um rosnado e algo dando um toquinho no meu pé, olhei para baixo e arqueei as sobrancelhas, indignado com o tamanho daquela gata e como ela era abusada - ou corajosa, pode ser as duas coisas, enfim! -, me abaixei, pegando Fiorella com apenas uma mão. Ela era tão pequenininha e ousada.

Seus dentinhos recém formados se apertavam contra o meu dedo indicador e suas patas dianteiras abraçavam o dedo, com as garrinhas de fora.

- Vai ter que se acostumar comigo vindo aqui todos os dias, sua feiosa.

Ela me olhava com as orelhinhas viradas para trás, com as pupilas completamente dilatadas. Era bonitinha até, o pelo levemente arrepiado e a barriga maior que ela mesma a deixava ainda mais fofa. Parecia a bola do Nhonho.

A coloquei no chão e fui andando até a cozinha, tudo muito decorado e eu acredito que com o tempo Bruna mude as decorações, ela parece ser versátil quanto a isso. Vi uma pequena mamadeira com uma etiqueta improvisada.

Fiorella Caccini. Sorri enquanto pegava a mamadeira na mão e via uma lata grande de leite em pó para filhotes encima da bancada da cozinha, eu não acredito que Bruna realmente gastou dinheiro com isso. Senti as garras finas de Fiorella se cravando na minha perna e subindo até chegar na minha cintura, miando alto e repetidamente para chamar a minha atenção.

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