✧*:.｡. Aonde Bruna Caccini acaba de se mudar para um prédio em um bairro pitoresco na Bahia. Ansiosa pela experiência de morar sozinha pela primeira vez, tudo está maravilhosamente perfeito. Ou estaria, se não fosse aquele seu vizinho lindo, mas des...
"É você que eu adoro, embora eu faça os meninos caírem como dominós"
Lolita by Lana Del Rey
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Ele se afastou um pouco de mim, passando a mão pelo rosto como se estivesse se controlando para não cometer nenhum ato precipitado. Disfarcei meu sorriso e senti ele me puxando até a mercearia e entrou nela ainda agarrado a minha mão.
Não importava o quanto eu tentasse me soltar dele, era como se meus esforços fossem reduzidos a zero e ele me apertasse mais e mais. Ele pegou uma caixa de leite e a bateu contra o meu peito, eu agarrei o objeto com medo dele cair no chão e chamar mais atenção do que estávamos chamando. Ele agarrou outra caixinha de leite e
Wagner murmurava baixinho e sua expressão não era nada amigável. Que tesão do caralho. Contive um sorriso perverso no rosto enquanto ele me puxava na direção do caixa, finalmente me soltando e pegando a caixa de leite que estava comigo.
- O que pensa que está fazendo?
- Você vai ver.
Ele resmungou enquanto pagava pelo leite e, sem paciência nenhuma, vi o homem colocar as duas caixas numa sacola de plástico, nem esperou a moça fazer isso. Novamente agarrou a minha mão e me arrastou para fora do estabelecimento.
- Obrigada moça! - falei alto e acenei para a mulher do caixa - Seu mal educado, vou perguntar de novo, o que pensa que está fazendo?!
- Você queria leite, não queria? - ele me puxava pela rua, virando uma esquina e apressando o passo ao ver nosso pequeno prédio - Você vai ter o que quer.
Ele murmurou alguma coisa que eu não consegui identificar. Ele ia fazer alguma coisa e eu tenho quase certeza de que ele não vai pegar leve comigo de jeito nenhum.
- Seu Wagner, bom dia. Deixaram uma caixa aqui para o senhor, de uma moça chamada Priscila, ela disse que era aluna do senhor. - Hélio falou quando eu e Wagner cruzamos a porta.
A princípio, o porteiro tinha um olhar curioso que logo migrou para um sorriso contido e um olhar levemente maldoso.
- Deixa isso ai Hélio, depois eu busco. Tenha um bom dia.
- Não sabia que estavam juntos! Enfim, tenham um bom dia vocês dois!
Meu nariz retorceu levemente enquanto eu sentia Wagner me puxando novamente, dessa vez escadas a cima. Ele ignorou oque Hélio disse, eu ignorei oque Hélio disse, em poucas horas a fofoca estaria feita e eu seria questionada sutilmente na próxima reunião do prédio pelas senhoras do 203, as irmãs que eu apelidei de G1. A notícia com elas é rápida e prática. A fofoca ia correr igual o Flash, ainda mais levando em consideração a nossa diferença de idade.
