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Pétala

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Pétala

Os disparos foram amenizar depois de uns quarenta minutos, e só aí a gente conseguiu ter uma noção do que estava acontecendo do lado de fora.

A polícia tava tentando pacificar a favela e fazer uma operação gigantesca pra pegar o Mendonça, que era o chefe do tráfico ali. Mas aparentemente, nem eles e nem os caras do corre estavam dispostos a ceder, e a troca estava demorando muito.

A dona Ruth, dona do mercadinho que estávamos abrigadas, ligou a televisão e os noticiários não falavam de outra coisa. E parecia que o pesadelo não ia ter fim.

Eu mandei mensagem pra Bruna. Ela me disse que estava fora do morro, na casa de uma amiga, e que ia continuar até a poeira baixar. Achei melhor assim.

Eu não tinha notícias do Lennon. Até então ele não tinha aparecido, e a única pessoa mais apreensiva do que eu em toda essa história, era a Jade.

Jade: Mãe, manda mensagem pro meu pai. 

Eu tinha esquecido de pegar o contato do Lennon, de novo. E duvidava muito que ele fosse olhar o celular no meio de todo esse caos.

Pétala: Jade, tenta se acalmar. Eu vou mandar uma mensagem, mas acho que ele não vai ver agora - tive que mentir, pra tentar tranquilizar ela.

Jade: Será que ele tá bem?

Engoli seco.

Pétala: Sim. Ele tá bem - falei baixinho no ouvido dela, e dei um beijinho em seus bochechas.

Ela me abraçou, e continuou daquela forma por uns minutos.

Ouvi o barulho de alguém batendo na porta, e com o susto a minha filha pulou no meu colo. Dona Ruth olhou pela fresta da janela antes de abrir a porta. 

Kauã: Caraca, tá todo mundo bem? - perguntou, olhando direto pra senhora.

Eu não ouvi o que ela respondeu. Meu corpo travou mais uma vez.

O Kauã era o irmão mais novo do Lennon, ele tinha a minha idade. Nós dois sempre nos demos bem, meu medo era sua reação quando ele me visse. E quando ele visse a Jade.

Não demorou pra acontecer. Ele me encarou com os olhos arregalados, e depois, fitou as costas da minha filha, que provavelmente devolveu o olhar ao tio.

Kauã: Pétala - ele sorriu, enquanto caminhou na minha direção - Então é verdade que tu voltou? Eu ouvi dizer.

Retribui o sorriso, e coloquei a Jade no chão, para abraçar ele.

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