LeãoQuando eu acordei, já era noite de novo. Eu ajeitei rápido demais e partir pra casa da Bruna atrás das meninas.
Eu peguei o meu celular no caminho, lendo as mensagens que a minha família tinha mandado, minha mãe perguntado se eu tava bem e o Kauã pedindo pra gente se encontrar. Eu sabia que ele tava doido pra saber da Jade. Esse menor ia ficar maluco quando soubesse que tinha uma sobrinha.
Respondi minha mãe, prometendo que iria na casa dela no dia seguinte. Nossa relação complicou muito depois que a Pétala foi embora. Minha família e eu sempre tivemos uma boa convivência, a gente se amava muito, mas todos foram contra o caminho que eu escolhi seguir pra minha vida.
Na época, eu tava movido a revolta e não tava nem querendo saber o que eles me falavam. O único que não saiu do meu lado foi o meu irmão. Moleque era sangue bom demais. Mas rolou muita briga e muita discussão com a minha mãe e o meu pai. Eu saí de casa, a gente passou uns meses e nem se falou. Num dia conversamos, se entendemos, mas eles nunca me apoiaram nessa decisão, e eu nem esperava que me apoiassem.
Tava suave viver dessa forma. Eu sabia que não era um orgulho pra eles, mas pelo menos agora a gente tinha contato, se via, se visitava e se falava sempre que dava.
O caminho todo eu fiquei marolando, pensando como que ia ser quando eles soubessem que tinha uma criança na nossa família. Ia ser só loucura, e a Jade ia ser a criança mais mimada desse morro, eu tava certo dessas paradas.
Quando eu cheguei e chamei lá embaixo, vi a minha pequena colocando o rosto no vidro da janela, ela acenou, com um sorriso no rosto e eu retribui. Mas quem abriu o portão pra mim foi a Bruna, com a cara de cu que ela sempre fazia quando me olhava.
Eu gostava muito daquela maluca.
Leão: Oi, Bruninha.
Bruna: Entra e não enche meu saco.
Soltei uma risada e entrei, abraçando o pescoço dela. Nem deu pra ficar assim por muito tempo, porque ela enfiou a unha no meu braço e eu precisei soltar.
Subi as escadas rapidinho, ela tava atrás de mim, e quando eu entrei, a Jade pulou no meu colo.
Jade: Paiê, você veio! - ela comemorou, apertando o meu pescoço com força.
Enfiei meu rosto no cabelo dela, sentindo o cheiro gostoso que tinha ali.
A Jade não tava mais com o uniforme da escola. Já tava de pijama, pra logo se preparar pra ir dormir.