Pétala
Quatro dias depois de a Jade ter iniciado o convívio com a família paterna, nós voltamos a nossa rotina de todos os dias. Mas dessa vez, fizemos um tanto quanto diferente.
Eu acordava cedo pra ir pra minha faculdade, a hora era a mesma que o Lennon saía do plantão. Então eu passei a deixar a nossa filha na casa dele pra que ela pudesse dormir mais um pouco e descansar durante a manhã. A tarde, ele conseguiu deixar ela na escola e depois eu busquei ela quando saía do trabalho. E assim que anoitecia, o Lennon aparecia e ficava com ela até ela dormir e ele ter que voltar para o plantão.
Estávamos tentando nos adaptar a essa nova rotina e confesso que só de saber que a Jade podia descansar melhor durante a manhã, e brincar, me deixava bem mais aliviada.
Por outro lado, quase não tive tempo de curtir com ele. Só eu e ele. Rolava um beijo ou outro, antes de ele correr pro turno, ou quando a Jade dormia e eu deixava ela na casa dele.
Combinei com a Bru de ela vir dormir na minha casa, porque precisávamos colocar o papo em dia e por conta da correria do dia a dia a gente nem conseguiu conversar direito. Quando ela chegou, o Lennon estava no quarto, terminando de ajeitar a Jade pra dormir, logo ele ia sair de novo para o plantão.
Bruna: E aí, boneca - me abraçou quando entrou na minha casa.
Pétala: Entra amiga, fica a vontade.
Bruna: Cadê a minha moana?
Pétala: Dormiu - falei - O Lennon tá lá no quarto com ela.
Ela desmanchou o sorriso, jogando a mochila encima do sofá.
Bruna: Como é prestativo, né? - debochou.
Eu soltei uma risada e me sentei, minha amiga continuou de pé.
Pétala: A implicância de vocês acaba quando?
Bruna: Nunquinha.
Na mesma hora, ouvi o Lennon saindo do quarto da nossa filha. A minha prima tirou os olhos de mim pra encarar ele e cruzou os braços.
Leão: E aí, Bruninha.
Bruna: Oi, pedra no meu sapato.
Leão: Vim aqui só pra ver tu e já sou tratado desse jeito?
Bruna: Ah, para de ser falso.