Ellentya, a irmã mais nova de quatro filhas de um mercador falido. Negligenciada pelos pais ao nascer, Ellentya foi criada pelas irmãs mais velhas com todo amor, carinho e proteção do mundo. Mesmo quando a pobreza assolou sua família e Ellentya viu...
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Maratona: 1/?
Devagar os sentidos de Ellentya retornaram, cada um mais doloroso que o outro. O som de água pingando a princípio; depois, o eco distante de passadas pesadas. Um gosto permanente de cobre envolvia sua boca: sangue. Acima do chiado do que ela julgou serem suas narinas entupidas, o cheiro pungente de bolor e o fedor de mofo tornavam o ar úmido e frio. Palhas afiadas de feno espetavam suas bochechas. Ellentya passou a língua pelos lábio cortado, e o movimento fez seu rosto arder.
Encolhendo o corpo, ela forçou os olhos, mas só consigo abrir um pouco pelo inchaço. O que viu pelos olhos, sem dúvida roxos, não ajudou muito seu humor. Ellentya estava em uma cela de prisão, suas armas haviam sumido, e sua única fonte de luz vinha das tochas além da porta. Amarantha dissera que uma cela seria onde ela e Feyre passaria seu tempo.... Feyre, o nome da irmã ecoou pela mente de Ellentya, ela chamou pela mesma e tentou buscar na cela, mas sua cabeça estava zonza demais e ela acabou apagando novamente.
Quando Ellentya dispertou outra vez, e não sentiu mais a tontura arrematante; ela também não viu sinal da sua irmã Feyre, seu coração acelerou. Ela estava em uma masmorra. Fechando os olhos ainda enchados, respirou fundo tentando colocar os pensamentos no luger antes de abri-los novamente e examinar os feixes de luz que entravam pelas fendas entre a porta e a parede. Ellentya percebeu a presença de uma figura no canto da cela, mas não era Feyre, não, era uma feérica de cabelos loiros sujos e magra como Ellentya fora naqueles anos devido a pobreza que tinha saído meses antes.
— Quem é você?– sua garganta ardeu com as curtas palavras, a feérica ainda na escuridão se moveu para a parede oposta de Ellentya, fazendo a fraca luz iluminar seu rosto delicado, porém, surrado e sujo. Era uma Grã-Feérica bonita, Ellentya pensou, apesar da magreza doentia e a sujeira tinha alguma beleza ali–
— Ayla. Você é.... humana.
— Não, não, sou uma elfa encantada– resmungou. Ao invés de dar atenção a Grã-Feérica em sua frente, ela tocou o rosto com cuidado.–
Ele doía; doía muito, mas ja havia lutando e apanhado vezes suficiente para aquele nível de dor ser mais suportável. Seus dedos roçaram o nariz e cascas de sangue caíram das narinas. Estava quebrado. Quebrado. Ellentya teria trincado os dentes caso seu maxilar não fosse uma confusão latejante de dor também. Ela segurou as lágrimas quando continuou avaliado os danos o melhor possível, e, seu maxilar não estava quebrado e, embora seus olhos estivessem inchados e o lábio estivesse cortado, o pior dano ainda estava no nariz.
Ellentya dobrou os joelhos até a altura do peito, segurando-os com força enquanto controlava a respiração e pensava no que faria. Feyre não estava ali com ela, então não podia imaginar se a irmã mais velha estava melhor ou pior que ela, ou se ao menos dividia cela com alguém também.... Ellentya não queria, mas não conseguia deixer de pensar no pior para sua irmã, seus pensamentos talvez ficassem mais claro se seu nariz não estivesse quebrado. Com aquilo, a jovem tomou coragem de levar as mãos ao nariz.... Michael tinha quebrado o nariz uma vez, e havia sido Ellentya a coloca-lo no lugar, ja que, não tinha dinheiro para curandeiro, então ela podia fazer aquilo consigo mesma.