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O fundo do poço existe

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O fundo do poço existe. Sentia que estava prestes a alcançar a superfície, e para todos os efeitos poderia esquecer de que o “fundo do poço” era apenas uma metáfora.

Mas ele estava lá, me lembrando da escuridão e me fazendo perder o ar cada vez que meu celular vibrava em uma mensagem da minha mãe dizendo que o dinheiro estava acabando.

Ela era apenas uma egoísta, ou uma hipócrita. Talvez os dois. Como o dinheiro poderia estar acabando, se eu enviei a ela uma quantia considerável na semana passada, e ela e meu pai tinham o suficiente pra viver muito bem?

Eu encarei mais uma de suas mensagens e abaixei meu celular no balcão de Carvalho do bar que eu trabalhava, bufando em pira frustração, porque eu não tinha para o aluguel.

Eu vim para Seattle achando que conseguiria um bom emprego, e assim eu poderia fazer da cidade um lar. Para mim e para quem dependia de mim.

Mas eu estava errada. Seattle era tudo o que eu não pensei, e não tinha lugar pra mim. Afinal, eu era apenas uma mulher com um diploma do ensino médio. Uma mulher de vinte e cinco anos que achava que poderia ter o mundo nas mãos e falhou arduamente.

O fracasso que meus pais sempre temeram que eu me tornaria. Prazer, Naomi Gray.

Eu limpei o balcão a minha frente com um pano, observando os grupo barulhento de caras que haviam acabado de entrar no bar. Entre eles Travis, o meu ex namorado, que terminamos há dois meses. Seu braço em volta dos ombros de uma garota de sorriso simpático e cabelo bem arrumado, que nitidamente era mais bem sucedida que eu.

Eu desviei o olhar da diversão adiante para o meu celular, com outra mensagem da minha mãe qual eu ignorei, mas sabia que eu não podia ignorar a vida toda. Eu tinha responsabilidades quais ela não podia lidar sozinha.

Um dos amigos de Travis parou diante de mim, cruzando seus braços na frente do espelho. Eu poderia recordar o nome de cada um deles, mesmo que soubesse o quão inconvenientes eles eram. Eu não deveria ter dado tanta importância quando eles me cercavam querendo algo de mim quando estávamos namorando.

Liam era o que me deixava mais nervosa, embora eu sempre me sentisse nervosa quando estava sozinha com homens qual eu não queria estar.

— Olá, Naomi. — Liam cantarolou, se aproximando um pouco mais no balcão.

Eu tentei sorrir e parecer confortável, eu estava trabalhando. Mas meu sorriso saiu como algo forçado.

— Oi.... Liam.... — minha voz não saiu tão animada quanto. — O que você vai querer?

— Você sabe o que eu quero, linda.

— Scott? — perguntei, e ele assentiu.

— E essa sua bundinha gostosa no meu colo.

Eu respirei fundo, e virei os olhos tentando ignorar seu comentário desconsertante.

Peguei um copo de uísque vazio, e coloquei diante dele em cima de um guardanapo, fui até a prateleira e peguei a garrafa escolhida. Não era difícil lembrar o que ele pedia, Liam vinha aqui constantemente tentar tirar alguma coisa de mim.

Perfeita Distração - 3 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora