dezesseis

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A professora de Leo falava como se ela fosse a dona da razão

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A professora de Leo falava como se ela fosse a dona da razão. Me entediava infinitamente, seu ponto de vista certeiro sobre como as coisas deveriam ser. Eu só estava esperando que a mulher me desse um manual de instruções sobre como criar meu próprio filho.

Enquanto ela continuava a discursar sobre como as crianças precisavam de uma rotina rigorosa e horários fixos para todas as atividades, eu lutava para manter minha paciência. Era claro que ela estava tentando impor sua visão sobre como as coisas deveriam ser, e eu não estava disposto a aceitar isso tão facilmente.

Eu tinha negócios de verdade para cuidar, que não envolviam o fato de meu filho ter se defendido evitando que um valentão fizesse bullying com ele.

Eu observei Leo sentado ao meu lado na pequena cadeira da escola, seu rosto expressando um misto de tédio e irritação, muito parecido com o meu. Ele era um Bianchi legítimo, e aquele sermão interminável estava testando a paciência de ambos.

— ..... espero que o senhor possa conversar com Leo para que não volte a acontecer, senhor Bianchi. — completou ela.

Eu olhei para o meu filho que estava ali balançando a cabeça em negação. Ele tinha seis anos, não era como se uma defesa o tivesse transformado em um monstro.

Eu soltei um suspiro.

— O garoto não estava tentando roubar o lanche dele? — Indaguei.

A professora olhou para mim com uma expressão de desaprovação, como se eu não estivesse entendendo a gravidade da situação.

— Senhor Bianchi, independente do motivo, a violência não é a solução. Devemos ensinar às crianças formas pacíficas de resolver seus conflitos para que futuramente ele não seja um homem violento.

Eu franzi a testa, não podendo concordar com ela. Eu estaria sendo um hipócrita se eu concordasse o que ela estava dizendo naquele momento.

— Mas meu filho precisa se defender de algum jeito. — retruquei.

— E se tornar uma criança agressiva? — ela revidou.

Eu ri, prestes a perder a minha paciência com aquela mulher. Em alguns anos ele faria pior do que chutar o saco de algum garoto abusado que tentou roubar o lanche dele.

Leo era herdeiro de uma família mafiosa.

O que eu poderia fazer pra evitar que ele não se tornasse violento? Leo precisava disso em seu futuro.

— Senhora, Leo será assassino um dia. Em mais ou menos sete anos, talvez, eu não sei....  eu não quero evitar isso, porque isso o faria fraco e ele não pode se tornar um homem fraco. — avisei.

A professora parecia chocada com minha resposta, e outros pais na sala de reunião também começaram a murmurar, claramente incomodados com minha franqueza. Eu não estava ali para ser politicamente correto; eu estava ali como o chefe da família Bianchi, e meu filho tinha um destino a cumprir.

Perfeita Distração - 3 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora