quarenta e cinco

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Marcella havia deixado meu escritório um pouco irritada

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Marcella havia deixado meu escritório um pouco irritada. Ambos estávamos irritados e falamos coisas que não queríamos. Eu falei merda, mas no final, ela conseguiu me convencer o que queria.

Que eu deixasse Matteo vir ao funeral.

Minha irmã sempre conseguia o que queria, mesmo quando nem tentava. E me fez enxergar o fato de Matteo ser irmão de Beatrice, e que eu deveria me colocar no lugar dele.

Eu com certeza iria querer estar lá se fosse qualquer um dos meus irmãos.

Eu peguei meu celular e disquei rapidamente o número de Dante. Estava exausto, mal acomodado na cadeira do meu escritório, onde passei a noite inteira.

Eu me remexi no lugar, tentando encontrar uma posição mais confortável.

Dante atendeu a minha ligação logo nos primeiros toques.

— Irmão.... — ele falou, com a voz preocupada.

— Eu concordei com Marcella sobre deixar Matteo vir ao funeral. — falei de uma vez.

Dante ficou em silêncio por um tempo, mas eu podia ouvir a sua respiração do outro lado da linha.

Não sabia se podia realmente confiar em Matteo, ele era nosso rival e havíamos acabado de atacar o território dele. Nós os deixamos sem suas mercadorias e eu não fazia ideia do que esperar.

— Você precisa ser mais lógico que isso, Theo. Não podemos confiar que ele vá entrar no nosso território e não vai fazer nada. Matteo age em silêncio, quieto como uma serpente.

— Marcella disse que se fosse ao contrário, eu iria querer estar lá.

— Mas, Theo, a Marcella está pensando com o coração.... Ou com a vagina. Ela gosta dele, embora eu acho que ele está usando ela pra nos atingir.

Eu engoli em seco.

Dante estava certo de desconfiar, e eu tinha a mesma convicção de que Marcella estava sendo usada por Matteo.

Ele deve ter sido bem persuasivo, porque até onde eu conhecia a minha irmã, ela tinha algumas exigências sobre sua vida: Continuar progredindo em sua carreira como advogada, ser uma mulher livre e o de mais importante: não ter nenhuma ligação com um homem da máfia.

E ela nunca teve interesse em ninguém. Não pelo que ela demonstrou.

Parecia que isso seria trair suas próprias exigências para si mesma.

— Eu sei que ela está. — falei — E eu não confio no Matteo, por isso eu estou ligando pra você.

— O que eu posso fazer? — murmurou.

— Eu vou levantar a bandeira branca por um dia, mas eu quero que você pegue uma van e vá com Nicolo buscar ele na fronteira dos nossos territórios. West Lawn e Ashburn. Mantenha Matteo sempre sob sua visão e não tire o olho de Marcella, também.

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