catorze

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O barulho irritante do toque do meu celular invadia meu sono, me fazendo despertar

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O barulho irritante do toque do meu celular invadia meu sono, me fazendo despertar. Eu bocejei, tateando a mesinha de cabeceira.

Queria dormir apenas mais um pouco. Eu esfreguei meus olhos, olhando pra tela brilhando do meu celular.

Passei o olhar no horário, já se passava das dez, o que indicava que eu havia dormido demais.

O nome de Marcella aparecia na tela, enquanto o toque do celular me dava dor de cabeça.

Com um suspiro, peguei o celular e atendi a chamada de Marcella, lutando para afastar o cansaço que ainda pesava sobre mim.

As noites na Laundry eram exaustivas. Não apenas fisicamente, mas eu me sentia mentalmente esgotada.

Era como se eu precisasse constantemente dizer aqueles homens que frequentavam o clube, que eu não era uma prostituta.

— Alô? — minha voz soou rouca e sonolenta.

Massageei a têmpora, tentando me concentrar. Nós não éramos próximas, e ligar de manhã só queria dizer uma coisa: Marcella poderia ter boas ou más notícias sobre o meu processo.

Eu soltei um suspiro, mesmo que minhas pálpebras pesassem.

— Oi, querida. — disse Marcella, com um tom de voz suave, qual ela não usava normalmente. Ela era geralmente como um furacão, se movia de pressa, com confiança e era difícil não notar — Estive tentando te ligar a noite toda.

— Você não precisa suavizar a voz pra falar comigo. — respondi.

— É só que eu tenho boas notícias, dependendo do seu ponto de vista.... — ela fez uma breve pausa antes de continuar falando — Eu consegui uma audiência com juíz, pra resolvermos as visitas de Ella. Se prepare, será na próxima semana. Tente parecer responsável, pra que eles vejam que você pode ser uma boa mãe.

Eu respirei profundamente, pensando se em algum momento eu não fui uma boa mãe.

O que eu fiz de errado exatamente, para não ter a minha filha comigo? Arranjei um emprego, não considerado descente na sociedade?

Ella tinha um ano na época, e durante todo aquele tempo em que estive com a minha filha, eu a vesti, a alimentei, e a mantive segura sob um teto.

Eu era responsável, embora meus pais se recusassem a ver isso.

Eu pensei por um tempo, me perguntando sobre o que meus pais fizeram exatamente, e como eles conseguiram manipular tudo para que eu perdesse a guarda dela.

Soltei um suspiro.

— E se o juiz negar? — perguntei, com o celular grudado na orelha, e engoli em seco — E se meus pais conseguirem manipular a situação outra vez?

— Lembra que você concordou de que eu deva fazer absolutamente qualquer coisa pra ganhar o caso? Inclusive.... Buscar todos os recursos legais e ilegais pra garantir que esse caso tenha êxito?

Perfeita Distração - 3 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora