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Gostaria que existissem formas mais fáceis de dizer "adeus" ou "até breve"

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Gostaria que existissem formas mais fáceis de dizer "adeus" ou "até breve". A verdade era que me despedir parecia uma tortura pessoal para mim. Ver os lábios de Ella tremerem, e seus olhos ficarem vermelhos e lacrimejarem era como um soco no meu estômago e um aperto forte no meu coração.

A simples ida a sorveteria não era o suficiente pra matar a saudade, eu queria apertá-la em meus braços e não deixa-la ir.

Mas me acalmava saber que Marcella estava lutando para que eu tivesse ela de volta, e faríamos isso juntas.

— Você não quer ficar comigo, mamãe? — ela perguntou, com um beicinho surgindo em seus lábios.

Ouvir Ella perguntar isso foi quase insuportável. Segurei seus ombros delicados, olhando diretamente em seus olhos castanhos que pareciam tão cheios de tristeza naquele momento.

Talvez ela pensasse que nós não estávamos juntas esse tempo todo, porque eu não quisesse. O que estava longe de ser a verdade.

No entanto, a sua pergunta não deixava de ser desconsertante.

— Ah, meu amor, claro que eu quero ficar com você. Mais do que qualquer coisa neste mundo. Você é a pessoa mais importante da minha vida. — Afaguei seu cabelo e dei um beijo suave na testa dela.

Ella sorriu, e apesar das lágrimas que continuavam a escorrer pelo meu rosto, um brilho de alívio apareceu em seus olhos.

— Promete, mamãe?

— Eu prometo, filha. Prometo que vou fazer de tudo para ficarmos juntas de novo, o tempo todo. — Minha voz estava repleta de determinação.

Eu ignorei completamente o olhar da minha mãe de julgamento, como se ela tivesse repreendendo mentalmente o que eu tava falando.

Ella me abraçou com força, como se estivesse tentando me manter por perto para sempre. Eu a segurei com ternura, desejando que esse abraço pudesse durar para sempre. Mas, por enquanto, tudo o que podíamos fazer era aproveitar os momentos que tínhamos juntas e acreditar que, em breve, estaríamos juntas para sempre.

Quando finalmente nos soltamos do abraço, limpei suas lágrimas e sorri.

— Agora você precisa ir. — Minha voz embargou enquanto eu falava as palavras que tanto doíam. — Eu prometo que nos veremos em breve.

Minha mãe agarrou a mão de Ella, e a levou para longe de mim, e eu fiquei ali, sentindo meu coração ser arrancado de mim. Outra vez.

Eu as esperei ir, antes de caminhar até o Rover estacionado, e entrei no carro.

Eu passei um longo tempo atrás daquele volante, tentando raciocinar e cair a minha ficha do que havia acontecido.

Eu estava feliz por ter conseguido ver a minha filha, mas estava triste por ter que me separar.

Perfeita Distração - 3 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora