𝑹𝑨𝑪𝑬 𝑨𝑮𝑨𝑰𝑵𝑺𝑻 𝑻𝑰𝑴𝑬 |THE 100 & MAZE RUNNER|

27. Faíscas

 -Notas-

Esperei tempos por esse cap, e em homenagem a ele, me inspirei em 2 músicas favs que estão presentes na playlist do livro: Sparks Fly da TayTay pq a escritora aqui é swiftie e Charlie Brown do Coldplay por motivos explícitos. Ambas as letras tem um significado muito forte e sempre que eu as escuto, me recordo de bellarke, então escolhi justamente as duas, nessa sequência, pra vocês ouvirem.

E o melhor de tudo, as duas músicas têm certa referência a fogo e faíscas, o que deu origem ao nome do capítulo. Espero que surtem lendo, assim como eu.

Boa leitura;

 O som distante dos pássaros e o murmúrio do riacho próximo preenchem o ar. Bellamy esfrega os olhos, sonolento enquanto aproveitava os poucos instantes de paz que lhe restava.

- Bell, acorda! Preciso falar com você - Octavia salta por cima dele, oscilando o corpo do garoto recém acordado.

- O que você quer, Ov? - assim que seus olhos se acostumam completamente com a claridade, ele logo percebe que adormeceu sobre a grama, apoiado no tronco. Confuso, ele sentou-se instintivamente. - Eu dormi aqui?

- Acho que sim, mas bem, isso não importa agora - ela deita os dedos  no rosto dele, voltando sua atenção para ela. - Vou levar Teresa pro refúgio.

- Tá, leve comida e se cuide. Nem pense em se distrair com qualquer animal por ai - ele boceja, deitando as costas no tronco e passando o braço por cima dos seus olhos, ocultando sua visibilidade.

- Mas eu não vou voltar.

- Oi?

- É, eu não vou voltar. Quero ficar lá por um tempo, aprender sobre eles, aprender a lutar, sabe?

- Não, não vai - exclama em um tom autoritário, ignorando completamente a expressão indignada da irmã à sua frente.

- Eu posso tomar minhas próprias decisões sozinha, Bellamy. Você não pode me impedir!

- Espera, tá levando mesmo isso a sério? Octavia, você sabe o que está saindo da sua boca agora?

- Não é uma ideia impulsiva, eu pensei muito nisso. Eu preciso disso pra crescer, aprender a me virar sozinha sem sua tutela o tempo inteiro. Eu gostei tanto do tempo que passamos no refúgio, e não me senti nem um pouco a garotinha de treze anos fraca da Arca. Você tem uma função aqui, e ela é uma das mais importantes, e o que eu tenho? Eu passo a tarde inteira só limpando carne enquanto você pode sair pra explorar o quanto quiser e fazer o que bem entende.

- Isso é pra sua proteção, Ov. Sair pra "explorar" significa arriscar sua própria vida a cada segundo - ele fez aspas com os dedos, irritado. Os olhos de Octavia fuzilavam cada centímetro do rosto de Bellamy, e isso era bastante visível. - E não adianta me olhar assim, você sabe que tudo o que eu falo é pro seu próprio bem.

- Quer saber, Bellamy? - ela se ergueu, e Bellamy logo fez o mesmo. - Você não pode me controlar. Eu vou levar Teresa, mas até lá vou pensar bem se quero voltar ou não.

- Tá, mas pense nos seus amigos aqui, e na sua segurança. Quando o trabalho estiver pesado e você começar a sentir medo até de pisar o pé fora daquele lugar, não diga que eu não avisei.

 Bellamy estava extremamente irritado, porém não exatamente com Octavia. Sua irritação era dirigida a si mesmo por sempre querer manter sua própria irmã presa, por não permitir que ela trilhe seu próprio caminho, por sempre estragar tudo com as pessoas que ele ama. Octavia estava mais do que certa em experimentar coisas novas e explorar novos ambientes, conhecer a si mesma, mas a vida inteira de Bellamy sempre se resumiu a cuidar dela. Quando sua mãe faleceu, quando ele perdeu a garota que amava, quando ele tinha apenas algumas horas até ser preso, Bellamy dedicou esse tempo a cuidar de Octavia, pois ela era o que o mantinha vivo, era por ela que ele ainda conseguia sentir um vestígio de esperança pulsando em seu peito. E agora, ela estava partindo, trilhando seu próprio caminho depois de aprender a voar sozinha.