Capítulo 8

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Luisa ainda estava adormecida, seus quadris estavam enrolados nos lençóis macios da cama. Cézar se aproxima da cama e coloca uma bandeja de café da manhã na ponta da cama. O garoto vai até a janela e abre as cortinas, os raios de sol atinge seus cabelos loiros.

— Luísa. - ele vai até ela e se senta ao seu lado. — Lu.. - Ele acaricia as bochechas da garota, que estavam inchadas e doloridas.

— Hmm - Ela se espreguiça e aos poucos acorda. — Cézar..

— Perdemos a aula..

— Ah.. por quê não vai pra aula? - Ela se senta.

— Preferi ficar pra te ajudar. - Ele coloca a bandeja no colo de Luísa.

— Uuuh. - Ela umedece os lábios quando encara aquela bandeja de café da manhã apetitosa. Continha um suco de laranja e um sanduíche natural. — Parece uma delícia. - Ela pega um guardanapo e segura o sanduíche.

— Eu que fiz.. ainda estou aprendendo a cozinhar. - Ele coça a nuca.

— Hmm isso está uma delícia! - Ela lambe os dedos. — Pare com isso!

— Isso o quê?

— Você cozinha bem desde pequeno! Eu lembro quando assou cookies para mim e Durval. - Ele sorri.

— É.. até ficou bom.

— Vá para a aula. - Ela bebe um pouco de suco. — não quero que se prejudique por minha causa.

— Não vou me prejudicar, fique tranquila. - Ele sorri e acaricia o rosto de Luísa. — O quê é isso no seu braço

— An?

— Deixe-me ver. - Ele dobra as mangas da camisa e nota hematomas em seu pulso. Ele coloca uma pomada nos pequenos hematomas.

— Não vá se irritar por isso. - Murmura. — Aquele aluno da turma 230.. - Ela o encara quando percebe que falou demais.

— Não vou. - Ele volta a encara-la e sorri de lado. — Aproveite o lanche. - ele coloca sua mão no topo da cabeça de Luísa. — Se precisar de algo me ligue.

Ele veste seu suéter e pega sua mochila, pega suas chaves do bolso e vai em direção a porta.

— Aonde vai?

— Irei resolver umas pendências da feira de ciências, não vá a escola. Ainda não está disposta. - Ele sai do dormitório e o tranca, mas deixa uma chave reserva com Luísa.

Cézar caminha até a escola. Coloca seus pertences em um armário e se dirige até os corredores. Ficando de frente a sala 230. Ele bate na porta.

— Pode entrar! - Fala a professora.

— Com licença senhorita Brandão. - Ele entra na sala e percorre seu olhar por toda a sala, parando em um garoto alto de cabelos loiros. Lendo o broche em sua roupa que continha seu nome.— Fiquei encarregado de auxiliar o aluno Bernardo para a reciclagem.

— Ah sim! Bernardo, por favor. - o garoto se levanta e vai até Cézar.

— Finalmente. - Ele estrala os dedos. — Não vou ter que ouvir essa merda de aula. - Ele caminha para fora com as mãos no bolso.

— Obrigada Senhorita Brandão. - Ele sorri e ela retribui o sorriso.

— Cara.. você me salvou. - Eles caminham até o quartinho de limpeza para pegar os equipamentos

— É né.. - O olhar de Cézar escureceu.

— Sim, fiquei até tarde naquela festa na praia. - Ele boceja. — você foi para a festa? - Diz ainda de costas para Cézar.

— Não, fiquei estudando.

— Ah. - ele revira os olhos. — Que novidade.

— Mas sabe quem foi? Uma amiga.

— É mesmo? Quem?

— Luísa D'Avilla. - Fala cerrando os dentes, Bernardo logo arregala os olhos e se vira de frente a ele.

— O quê?

— Pois é. - Ele se vira e tranca o quartinho de limpeza.

— Por quê está trancando?

— an?

— POR QUÊ ESTÁ TRANCANDO O QUARTO PORRA? - Ele tenta sair mas Cezar o impede.

— Quase ninguém entra aqui, então vão demorar encontrar você.

— Oquê? Para de falar merda seu filho da puta. - Ele recua para trás até bater suas costas na parede. — SAI DE PERTO DE MIM.

— Pode gritar o quanto quiser. Ninguém irá te ouvir. - Ele se aproxima de Bernardo e o segura pelo colarinho da blusa.

— ME LARGA PORRA!

— Foi isso que a Luísa te pediu. - Ele serra os olhos em direção ao garoto. — MAS VOCÊ NÃO FEZ ISSO SEU DESGRAÇADO. - Ele bate sua testa contra a de Bernardo.

— Eu não tenho culpa de ela ser uma baita de uma gostosa. - Ele sorri sarcástico.

Cézar dá um soco cruzado no garoto, o fazendo cambalear para trás. A visão do garoto fica embaçada aos poucos.

                             (.....)

Cézar sai do quartinho de limpeza e o tranca, vai em direção ao banheiro masculino e lava suas mãos cobertas por sangue. Lava a pia sem deixar qualquer rastro e resolve ir para a enfermaria, ele danificou muito seu punho.

— O quê aconteceu garoto? - Diz a enfermeira enfaixando o punho de Cézar com uma gaze.

— Nada demais dona Rita. - Ele sorri sem graça e coça a nuca. — Estava estudando mas acabei me alterando e soquei a mesa.

— Controle sua raiva da próxima vez! - Ela amarra faixa. — Passe água oxigenada nas feridas quando voltar para o dormitório.

— Ah sim.. - Ele sorri. — Não se preocupe. - Cézar sai de cima da cama e vai em direção a seu dormitório. Mas não encontrou Luísa lá, apenas um elástico de cabelo deixado lá propositalmente pela garota. Em cima estava um bilhete.

     " obrigada por tudo Cézar, mas
       Precisei ir embora, por favor
       Não se meta em brigas! Agora
      Sua camisa é minha! Muito
     Confortável, Obrigada."

Cézar sorri ao ler o bilhete e coloca o elastico de seu cabelo em seu pulso. O usando como uma espécie de " pulseira".

Meu Querido colega de classe 🌻|°• luotto Onde histórias criam vida. Descubra agora