Jungkook só quer entender porque seu namoro acabou. O mar, a areia, o vento - nenhum deles lhe trouxe a resposta. Vivendo em um trailer nos fundos da casa de sua única amiga, ele tenta seguir seus dias acinzentados e sem expectativa enfiado em livro...
═════ Olá! Eu não vivo mais, só trabalho :( e tenho trabalhado na versão original de VIAB então acaba que a fanfic ficou para depois. Mas sempre trarei atualizações :)
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J I M I N
Jimin preferiu ignorar o som alto que vinha do andar de cima da sessão 13. Olhou ao redor da pequena cabine e suspirou. Sentia-se sozinho, confuso, e principalmente, culpado.
Desde que começou no clube Paradise, sentia que estava fazendo o certo: ouvir e aconselhar pessoas perdidas e confusas. Inicialmente, isso soava como maluquice e o deixava suando frio ao pensar em alguém descobrir quem ele era realmente por trás daquela cortina.
Mas, com o decorrer do tempo, tornou-se apenas um dia comum em sua rotina. As pessoas chegavam, puxavam a cadeira e desatavam a falar como se suas vidas dependesse disso. Jimin preferia não ter que olhá-las nos olhos, e enfrentar de forma concreta o que elas estavam experimentando.
Era mais fácil.
Contudo, qual seria o motivo pelo qual sentia que algo estava errado? Por que sentia um desconforto estranho no estômago? Quando pensava na sua relação com Jungkook, sentia um tremor incessante nas mãos e um gosto amargo na boca, semelhante à sensação de culpa.
Estava sustentando uma mentira, alimentando algo feroz que estava apenas esperando o momento certo para aparecer e destruir tudo. Envergonhava-se de si mesmo pela extrema covardia, pelo medo egoísta de perder alguém.
— Está com tempo? — Subitamente uma voz familiar interrompeu o silêncio. Sentiu-se arrancado do próprio devaneio.
Jimin reconhecia aquela voz, mesmo que por alguns instantes estivesse completamente desligado da realidade. Era como se sua consciência abandonasse seu corpo, deixando-o em um vácuo atordoante. Mas ele continuava ali, exatamente onde deveria estar: a postos para o próximo desafortunado.
— Claro — respondeu ele. — No que posso ajudar, V?
Enquanto aguardava pela resposta de V, Jimin teve que conter o ímpeto de correr, fugir para longe para não ter que lidar com o que ele estava prestes a dizer. A silhueta do rapaz se acomodou na cadeira e cruzou os braços sobre o diafragma.
— Engraçado como reconhece minha voz dentre tantas que ouve todas as noites.
— Não sei como me sinto com isso — murmurou Jimin, desanimado. — Mas não é sobre mim que vamos falar esta noite.
— Certo, percebi que não gosta de falar sobre si mesmo — murmurou Taehyung. Jimin sentiu o escárnio nas palavras dele, mas decidiu ignorar. — Vim até aqui porque, por algum motivo, acho que você pode me ajudar.
