Jungkook só quer entender porque seu namoro acabou. O mar, a areia, o vento - nenhum deles lhe trouxe a resposta. Vivendo em um trailer nos fundos da casa de sua única amiga, ele tenta seguir seus dias acinzentados e sem expectativa enfiado em livro...
Voltei com mais uma att de #VIAB e espero que gostem desse capítulo tanto quanto gostaram do anterior. Não esquece de deixar um comentário e uma estrelinha porque isso me ajuda muito a continuar. Até a próxima
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JI M I N
26 de julho, 9:46pm
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Havia algo de que Jimin tinha certeza — se é que tinha certeza de algo —, era que as pessoas foram feitas para amar. Sempre estavam em busca dessa conexão, desse sentimento bom, desejando se agarrar a algo que lhe desse um motivo para continuar.
E era por isso que ele sempre se questionava se havia diferença entre amor e obsessão porque no mundo do qual fazia parte, Jimin via de tudo e principalmente, ouvia de tudo.
A fachada de letreiro azul neon da boate Paradise onde trabalhava não era o suficiente para expressar o que aquele lugar era em sua mais verdadeira essência. Como o nome mesmo dizia, ali era o Paraíso, o oásis para quem estava sedento por uma noite de prazer e diversão ou até para aqueles que só buscavam ouvir boas músicas e encher a cara.
O trabalho de Jimin não era sair com estranhos por dinheiro, muito menos acompanhá-lhos em eventos e inaugurações de lojas de luxo ou fazer sexo. Pelo contrário, ele era pago somente para ouvir.
Pessoas solitárias buscavam a sessão 13 apenas para conversar.
Naquela noite fria e chuvosa, ele estava sentado na poltrona confortável de sua cabine esperando pelo primeiro cliente da noite. Jimin tentou deixar aquele cômodo pequeno o mais aconchegante possível, colocou um tapete felpudo no chão e pendurou quadros de natureza morta na parede. Não era grande coisa, mas dava para o gasto.
A pequena e única janela em sua frente tinha espaço o suficiente para que pudesse passar somente sua cabeça, e poder ver o que acontecia lá fora. Contudo, para manter a privacidade do cliente — e a dele —, uma cortina vermelha impedia que ambos olhassem diretamente um para o outro. Tudo o que era lhe permitido ver era uma silhueta contorcendo-se com a pouca iluminação do outro lado. Às vezes, tinha o vislumbre do cabelo ou da orelha, mas nada muito revelador.
No mesmo instante em que pensou em fazer uma pausa e subir para beber alguma coisa, o telefone sobre a mesa tocou.
— Alô?
— Tem alguém descendo — disse a voz do outro lado. Em dois anos, Jimin nunca soube quem era a pessoa que lhe avisava sobre os clientes, apenas que era um homem. — Não quis se identificar.
