Jungkook só quer entender porque seu namoro acabou. O mar, a areia, o vento - nenhum deles lhe trouxe a resposta. Vivendo em um trailer nos fundos da casa de sua única amiga, ele tenta seguir seus dias acinzentados e sem expectativa enfiado em livro...
═════ Olá! Eu me enrolo, mas eu apareço. Espero que ainda estejam aqui por mim 🥺
Boa leitura. ═════
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J U N G K O O K
Jungkook acordou com um sobressalto naquela manhã. O sol brilhava forte no céu azulado — se passara dois dias desde o encontro na casa de Jimin —, e ele ainda se sentia flutuando. Era assim que ele chamava a boa sensação que lhe tomava o peito, suspiros pesados, episódios de devaneios e ansiedade para vê-lo outra vez. Coçou os olhos sonolentos, exausto porque só conseguira pegar no sono duas horas antes. Droga.
Na noite anterior, após incontáveis mensagens ignoradas e ligações rejeitadas, Taehyung tinha finalmente desistido. Era inacreditável sua capacidade de conseguir ser insuportável quando Jungkook estava fazendo justamente o que ele tinha determinado. Depois de uma maratona de filmes de terror entediantes, ele ficou deitado, enrolado nos lençóis encarando o teto. Uma brisa entrava pela ventarola e ricocheteava pelo seu tronco exposto, causando ondas furiosas de arrepios.
Fora uma madrugada longa e solitária.
Quando, preguiçosamente, levantou e se arrastou até o banheiro, ouviu as batidas frenéticas de Lany contra a porta do trailer. Pela velocidade das batidas, Jungkook supôs que ela estava eufórica.
— Bom dia, flor do dia — cantarolou ele, assim que abriu a porta. — Quase derrubou a minha casa, sabia?
Lany revirou os olhos.
— Trouxe seu café da manhã. — Ela mostrou-lhe uma vasilha enrolada em plástico filme. — Posso entrar?
— Obrigado — ele disse. — Como você está?
Lany o encarou com os profundos olhos esverdeados assim que entrou na cozinha minúscula.
— Por que acordou tão cedo?
— Dormi muito pouco essa noite — explicou ele, olhando-a desembrulhar a porção de kimchi. — Meu pai me ligou e Taehyung também.
Lany olhou para ele com as sobrancelhas arqueadas.
— Seu pai? E o que ele queria?
Jungkook deu de ombros.
— Não sei, e sinceramente, não quero saber.
Ele esperou Lany esquentar duas porções de kimchi, deixando a mente divagar até Jimin. Os olhos escuros. A intensidade que vinha deles. A respiração quente dele bem perto do seu rosto.
O que foi aquilo?
Jungkook se lembrou da maciez da pele dele. Do modo que seu cabelo castanho era tão sedoso e brilhante. Jimin era tão bonito que chegava a doer.
Mas Jungkook não sabia até onde poderia ir com ele e quais eram os limites. Talvez Jimin não estivesse preparado. Talvez tivesse hesitando — com muitas incertezas —, e chegara a conclusão de que aquilo era um erro. E se ele decidisse que seriam somente amigos? Ele deveria ter um passado que poderia tê-lo tornado desconfiado.
