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Eu estava respirando na pele do pescoço dele.

A jaqueta estava largada no chão, abrigando o notebook, permitindo que as pontas dos dedos dele subissem e descessem nas minhas costas sem aquela quantidade de couro para atrapalhar. Chovia lá fora quando Joseph tirou o primeiro cochilo da madrugada, e eu fiquei acordada por um tempo, ouvindo sua respiração e as batidas da chuva contra a janela. Não protestei o seu sono, porque não queria atiçar o homem sendo que, no final, ele não poderia me comer. Então também tirei o meu primeiro cochilo da madrugada.

Quando acordei, cerca de uma hora depois, estava virada de costas para ele e suas mãos estavam dentro da minha camiseta, espalmada na minha barriga. Agora era ele quem respirava no meu pescoço. Me remexi por reflexo e esbarrei contra seu peito nu. Suas pernas, também nuas, estavam enroscadas na minha esquerda, virando uma só naquele emaranhado. A sensação era boa, pois nossos corpos estavam suaves e deslizando.

Quando dei sinal de que estava acordada ao me mexer, Joseph sussurrou contra a parte de trás da minha orelha, dando um beijinho:

— Oi. Acordada?

Balancei a cabeça positivamente, e a resposta dele foi descer beijando até o final do meu ombro. Sua mão apertou a lateral da minha cintura que estava contra a cama, enfiando os dedos no tecido e beijando minhas escápulas. Minha respiração ficou descompensada — era um excelente jeito de acordar. Sua boca roçou pela minha nuca, respirando quente por toda a área. Delicadamente, ele me colocou de bruços.

Minha cabeça ficou virada para a esquerda, então pude seu antebraço afundando no colchão ao lado do meu rosto no momento em que ele montou em mim, sem deixar relaxar totalmente o peso do corpo. Senti a abertura de suas pernas escorregando pela parte de trás das minhas coxas, a malha da cueca passando em minha pele, bem suavemente, até ele posicionar com estratégia sua ereção contra a minha bunda. Pareceria até mesmo inocentemente, mas eu estava lá, era o alvo dele, portanto sabia que não era. Não tive tempo de reagir, pois logo ele estava afastando todo o cabelo na minha nuca e deixando beijos molhados ali. Era uma área do meu corpo constantemente escondida por conta dos fios curtos, então era muito sensível. Os arrepios me fizeram arquear as costas e instintivamente empinar a bunda, aumentando nosso perigoso contato.

Ele enfiou as mãos dentro da minha camiseta e, enquanto me tocava, a levantava com o dorso, devagarzinho. Me estiquei para que ele conseguisse tirá-la por completo, eu queria isso, mas ele optou por erguê-la só até acima dos seios — que estavam virados para o colchão e que ele não pôde ver, assim como não ousou tocar. Joe beijou a área completa das minhas costas — omoplatas, linha da coluna, ombros, costelas —, e enquanto ia descendo, apertava e acariciava o entorno do meu corpo.

Até chegar na lombar. Porque a lombar, ele beijou como se fosse a minha boca. Molhado, e parecia tão vulgar e sujo. Eu estava febril, revirando os olhos, a um passo do completo delírio. Suas duas mãos apalpavam a minha bunda com força — com a mesma ferocidade que eu estava apertando os lençóis —, separando as nádegas e deixando que cada centímetro, das palmas aos dedos, pudessem sentir a minha pele naquele lugar. Como se tudo isso já não fosse o suficiente para me deixar louca, ele também suspirava como se estivesse amando fazer aquilo. Amando beijar a minha pele. Algo tão simples, que nunca ninguém realmente gostou de fazer, e quando fazia, era só porque eu pedia. E Joe fazia porque ele queria e porque, aparentemente, ele gostava.

Estiquei as pernas como se isso pudesse fazer a minha vontade passar, mas nada além dele poderia me satisfazer. Ele pretendia me fazer ceder?

Ele se levantou, com um joelho em cada lado do meu corpo, e segurou no osso do meu quadril para me fazer virar de frente, mas a camiseta desceu durante o processo. Joe estava sério, com uma expressão que eu nunca tinha visto antes. Eu queria conhecer todas as suas expressões. Ele se ajeitou, posicionou uma perna no meio das minhas, ficando meio deitado por cima de mim, e me beijou. Sua boca estava molhada, já o seu beijo, estava sedento. Nós dois suspirávamos baixinho, sentindo o mesmo desejo excruciante. Desta vez, ele não encostou o quadril no meu, o que certamente era uma provocação, porque eu queria sentir. Tentei apalpar seus ombros, mas ele segurou meus pulsos contra o colchão.

meu nome (não) é Mary || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora