capítulo 16

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Carlo Colombo

Fico estagnado no lugar com as palavras de Emma.
"Não tenho um coração para dar" ,

Queria que seu ex marido de merda ainda fosse vivo para matá-lo com minhas próprias mãos.
Vejo de relance ela subir com Lorenzo adormecido em seus braços.
Vou para o escritório, quando chego lá tomo uma bebida, e me jogo no sofá, fico imerso em pensamentos de como fazer Emma confiar em mim e nada me ocorre. Sou tirado dos devaneios com uma batida na porta.

— O jantar está servindo — escuto a voz suave de Emma seguido por seus paços.
Saio do escritório e fico espantado ao notar que só Emma está sentada.

— Onde estão as crianças? — Questiono.

— Dormindo — diz simplesmente.

— Na hora que eu cheguei eles estavam dormindo e agora foram dormir de novo? — questiono sem querer acreditar que ela não me quer na presença dos seus filhos.

— Eles ceiaram e foram dormir. — Diz agora parecendo nervosa, ela está mentindo.

— Tudo bem. você não precisa me esperar para jantar Emma, sempre jante com seus filhos. — Ela me olha com surpresa em seus olhos, mas logo disfarça.

— como você preferir. —

Comemos em um silêncio incômodo. Quando termino me levanto e ela fica de pé também.

— Vou repetir pela última vez, esqueça qualquer merda que você aprendeu ou que lhe foi exigido em seu fodido primeiro casamento, entendeu, Emma? — Ela engole e Anui. — Agora pare de agir como um cachorro adestrado e faça o que lhe der na mente. — Digo.
Saio da sala de jantar e vou para o meu quarto. Quando estou prestes a entrar escuto cochichos baixos, vem do quarto de Sofia.

— A mamãe já vem, Sofia, não se preocupe. — essa é a voz de Lorenzo, baixo, mas escuto bem.
Entro no quarto e vejo os dois encolhidos na cama, Lorenzo arregala os olhos mas Sofia não se importa.

— Onde está minha mama? —Pergunta Lorenzo com a voz embargada e os olhos lacrimejando.

— sua mãe está lá embaixo, ela já está vindo,calma. — falo baixo tentando tranquilizá-lo.
Uma Emma chorosa irrompe pela porta e estaciona no lugar quando me vê.

— o que você faz aqui ?— Pergunta aflita. Eu já estou começando a me irritar com isso.

— Escutei barulhos e vim ver o que era, más tive uma grata surpresa, era as crianças que você jurou estarem dormindo — ela abriu a boca para me responder mas eu a calei. — Chega Emma, você provavelmente vai mentir e eu já estou de saco cheio. — Digo indo em sua direção para sair do quarto já que ela está na porta, ela se encolhe toda quando me aproximo. — Boa noite crianças. — Digo e saio do quarto e entro no meu. E tiro a gravata e a jogo no chão, tiro o resto das roupas e vou tomar um banho.
Quando saio Emma está sentada na cama com uma camisola prateada.

— Eu quero que você me explique a merda que está passando na sua cabeça. — estou tentando manter um tom de voz neutro.

— Eu não sei o que você está falando. — Ela diz já querendo chorar. Porra.

- Só me responda. — digo enquanto me aproximo e ela se encolhe. — Seja sincera, por favor. Seu fodido ex marido te maltratava e as crianças também? — Questiono o óbvio, e lógico que ela sofria abusos, e pela reação de Lorenzo eles também — Esse machucado aqui foi ele também? — pergunto segurando sua mão, uma que ela não move direito e está com um pequeno inchaço.
Ela me olha como se temesse que a verdade fosse matá-la.

— Ele só ficava nervoso quando eu fazia alguma coisa de errado — Ela diz chorando, a envolvo em meus braços e me sento com ela na beirada da cama.

— Isso tá errado Emma, aquele saco de mierda não deveria bater em você, ou maltratar as crianças. — Sussurro contra seus cabelos, ela parece tão vulnerável agora, mas do que em qualquer outro momento.

— Ele dizia que eu precisava aprender a agir como uma esposa de verdade, que nunca deveria levantar a voz para ele ou sair sem sua permissão. Eu sei que sou uma bagunça. Quando acontecia eu só queria morrer, mas aí me lembrava dos meus filhos e me levantava da poça de sangue que ele me deixava e tentava me reerguer, por eles, somente por eles, estou aqui hoje. — seus soluços são mais altos que as palavras.

— Eu sou grato a eles por terem sido seu bote salva vidas — digo enquanto a aperto em meu peito.

— No dia em que ele morreu, nós brigamos, ele estava bravo porque eu derrubei seu copo de uísque, eu estava com as mãos trêmulas e deixei cair — seu corpo tremer com seus soluços. — Ele me agarrou pelos cabelos e me jogou no chão, depois de alguns socos ele me arrastou até o bar, pegou as garrafas de bebida e começou a quebrá-las no meu pulso, na terceira garrafa eu senti o osso se partindo, mas ele não parou, quebrou doze garrafas na minha mão, e urinei de dor — ela se encolhe mais em mim. Minha vontade é explodir o mundo.— Ele me deu alguns chutes e saiu, eu não consegui levantar do lugar, passei horas até Olivia, a governanta da casa e minha amiga me encontrasse e me levasse ao médico, eu rompi os ligamentos da minha mão e alguns ossos, eu nunca vou mexer minha mão novamente, mas algumas horas depois um Antônio abatida veio me dar a notícia que seu irmão tinha batido em poste e morrido, eu fiquei tão aliviada — ela fala em fio de voz .

— Eu estou aqui agora Emma, não se preocupe. — digo, mas ela parece não ouvir pois está ressonando baixinho.
A coloco na cama e me aconchego a ela, eu sei que o que ela passou ela não vai esquecer, mas eu quero que ela esqueça. — Durma meu pequeno anjo, eu estarei aqui sempre. — Sussurro pra ela. Adormeço com ideias de como matar um fodido morto, ele não tinha o direito de machucar essa mulher

Emma é doce, apesar do seu medo e uma mulher extraordinária, eu não quero poda-la, quero que ela cresça e se torne a porra do que quiser.

O Amor De Carlo, o Consigliere Onde histórias criam vida. Descubra agora