capítulo 28

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Emma Colombo

Desço as escadas a procura de Carlo, depois que ele trouxe as crianças ele sumiu no escritório, não intervir pois precisava desse tempo com meus pequenos.
Dou uma leve batida na porta e ele me manda entrar. Carlo está sentado no sofá com um copo de uísque em uma mão e um porta retrato na outra, quando me aproximo vejo que é uma foto minha com as crianças.

— Tudo bem?— pergunto.

— Sim, só estou pensando. — O olho curiosa e peço em silêncio que ele prossiga. — Vocês são o bem mais precioso que eu já tive na vida — Me aproximo dele e sento ao seu lado.

Ele coloca o copo na mesa e o porta retrato também e me puxa para que eu fique com a cabeça em seu colo.

— Eu nunca tive tanto medo na vida — Carlo funga e me aperta.

— Eu também. — diz.

— Você acha que eu deveria ter percebido o que aconteceu entre Andrea e Olivia? — Eu estou me remoendo a horas sobre isso

— Não Emma, como você mesma já disse, nós não temos controle sob as ações dos outros. — eu sinto que eu deveria ter notado, querendo ou não eu dei brechas para que a situação chegasse aonde chegou

— Eu nunca imaginaria uma coisa dessas, eles nunca nem se quer se falavam na minha presença, eram sempre saudações por educação da parte dela e frieza da dele, eram assim que se portavam. — Suspiro — Ninguém consegue fingir o tempo todo, deve ter tido algum deslize que eu feito boba ignorei. — respiro fundo para não chorar.

— Pessoas fingem o tempo todo Emma, eles só precisavam fingir na sua frente. — não entra na minha cabeça o motivo dela ser governanta na casa.

— Olha eu não queria te entregar, mas é seu direito escolher se vai ler ou não. — me levanto confusa e o vejo tirar um envelope do paletó — Antes de sair daqui com as crianças ela deixou isso aqui jogado ao seu lado, o soldado que veio verificar o porque se Paolo não atender o telefone que encontrou vocês e ligou para Alessandro. — olho para o papel como se ele queimasse.

— Eu não quero ver o conteúdo, não vai fazer diferença, só vai servir para me machucar mais. — Ele acena.

— Você hoje teve uma crise de pânico, gostaria de saber se você já teve outras vezes. — concordo com a cabeça e falo.

— Eu não sabia que era uma crise, das outras duas vezes que aconteceu eram quando Andrea estava gritando, eu só me lembro da vontade incessante de querer sumir dali, às vezes desejava até a morte, faltava ar em meus pulmões, eu apagava depois de algum soco sei lá, só me lembro de acordar na cama, com algum hematoma no corpo e Olivia lá, me olhando com piedade. — As últimas palavras saíram com um gosto amargo da minha boca

— Isso é serio Emma, gostaria que você se consulta-se com algum especialista. — Nego na hora

— Não vejo razão para tanto, agradeço a preocupação e o cuidado, mas isso só aconteceu hoje por conta do stress. — Apesar da sensação pesada em meu peito, eu sinto que estou bem.

— Vou respeitar a sua vontade, mas se houver outra crise nós vamos — Até eu não vou me opor se chegar a esse extremo.

— você não existe sabia? — digo sorrindo para ele, que me olha com malícia.

— eu sei, as vezes nem eu acredito. — Brinca ele.

— Eu tenho tanto medo sabe? — Carlo não fala nada então eu prossigo — De não confiar mais nas pessoas, eu juro que quero mas eu não consigo — Sinto suas mãos né envolverem.

— Eu gostaria muito que você confiasse em mim, mas se você AINDA não consegue, eu vou esperar — Não digo pra ele que talvez esse dia nunca chegue. — Por falar em confiança, gostaria de contar algo a você, sobre a primeira vez que eu te vi. — Me lembro do fatídico dia.

— Eu me lembro de você, você nos cumprimentou logo depois da cerimônia no dia do casamento. — Carlo faz que não com a cabeça.

— Eu fui a régio pro seu casamento é verdade, mas eu cheguei um dia antes, e te vi também um dia antes. — Não, eu realmente me lembraria se tivesse visto ele.

— acho que eu me lembraria se tivesse te visto. — sorrio.

— eu sei que sou inesquecível, mas você não me viu, você estava saindo de uma loja com sua mãe é outra mulher, eu estava passando e fiquei fascinado com tanta beleza. Fiquei curioso sobre você, mandei Mario descobrir seu nome, e enviei para Giulia, que apesar de ser uma pentelha é uma hacker de primeira. — Agora eu não estou entendendo mais nada.

— E qual o motivo de você querer saber quem eu era? Você nem me conhecia. — pontuo.

— Eu sei que parece loucura, mas eu me apaixonei por você naquele dia. — Olho pra ele assustada, isso e impossível — Só que quando Giulia me mandou seus dados, descobri que estava na cidade para o seu casamento, eu fui ao seu casamento e vi que você estava feliz, então eu engoli meu orgulho e vim embora de coração partido, mas desde aquele dia, seu sorriso e a última coisa que eu penso ao dormir e a primeira ao acordar. Até que surgiu a oportunidade de nós casarmos, e eu agarrei com todas as forças. — Eu realmente estou sem palavras.

— Eu não sei o que dizer. Você já sabia que se casaria comigo antes mesmo daquele jantar? — Ele nega.

— Tá aí uma coisa que Carlo colocou na conta do cara lá de cima, foi uma feliz coincidência. — São tantas informações.

— Por que você não impediu o casamento? Ou me sequestrou depois? — Nem eu sei mais o que eu tô falando.

— Eu vi você no altar, você estava feliz. Se eu imaginasse que você passaria por metade do que passou, eu teria roubado você naquele dia. — isso é uma loucura tão grande.

— foi por isso que nunca se casou? — já estou com voz de choro.

— Sim, eu realmente não sei o que deu no meu coração, mas ele só queria você. — Não consigo controlar e choro novamente.

— Esse tempo todo eu tive você aqui pra mim, se eu ao menos soubesse…— eu nunca teria passado por aquilo.

— Mas agora agente pode retomar o tempo perdido, você ainda pode ser feliz. — Não nego, mas também não concordo, a única vontade que tenho é de sumir.

— Eu prendi você por seis anos Carlo, isso e demais. — Não posso mais fazer isso com ele.

— Você não me prendeu Emma, eu que nunca te tirei da mente, que bom que agora eu tenho você aqui. — Diz beijando a ponta do meu nariz.

Carlo merece algo melhor, alguém que não esteja uma bagunça, até meus filhos merecem mais do que alguém que teme a própria sombra, como vou protegê-lo se eu tenho medo até de respirar.

Olho nos olhos amorosos de Carlo e tomo uma decisão. Não posso continuar prendendo ele comigo, eu não acho que consiga amá-lo de volta, eu gosto dele mas é isso.
Quando ele está pra chegar eu fico com medo de que ele chegue com mal humor e queira descontar em mim, eu sei, no meu coração eu sinto que ele não vai fazer isso, mas a minha cabeça não entende.
O que sempre me fez ficar foram as crianças,as hoje eu vejo que eles terão amor, Carlo daria a vida por elas, a família dele também faria o mesmo.

Seguro sua mão e me aconchego nele.

— Eu nem sei o que eu fiz pra merecer você. — é e verdade.

— Eu que deveria estar dizendo isso. — me aperta.
Eu vou deixar ele livre para viver o amor que ele merece, do jeito que ele merece.



O Amor De Carlo, o Consigliere Onde histórias criam vida. Descubra agora