Esmeralda estralava o dedo no meu rosto pela terceira vez esta manhã, já furiosa pela minha desatenção, ela não era única, recebi socos de Jasper e Zarina hoje por isso, ainda me sentia dolorida, mas progredindo.
Estou começando a desviar de seus golpes e me desvencilhar de seus ataques. Mas minha mente não parava de devagar, a feérica ao meu lado não pareceu notar os dois coelhos que nos seguia.
— Pode repetir o que eu disse Jasmine? —
Com o queixo erguido e rosto sério, Esmeralda continuou olhando para frente. Respirando fundo eu a respondi.
— Machos são facilmente manipuláveis por um par de pernas bonitas. —
— Então?
— Eu já tenho tudo nas minhas mãos, posso conseguir o que eu quiser. —
Mas porque isso parecia tão difícil? Quero minha liberdade, mas ela foi arrancada de mim pelo mesmo motivo.
Estamos andando sobre os corredores de lavanda no jardim quando um criado se aproximou, ele não tinha um dos olhos negros, era baixo e tinha pele de árvore.
— Mi lorde está a convocando, senhorita. —
Era um dos criados de Sebastian, descobri que o príncipe tinha estima em experimentos e arrancou o olho do próprio criado a alguns anos, a maioria de seus criados tinham alguma deficiência.
Olhei para Esmeralda e para o criado um pouco desconfortável, qual seria a possibilidade dele saber sobre a biblioteca? Minhas mãos suaram frias.
— Avisarei a Celeste, vamos esperá-la para a prova de vestido. —
Concordei com a cabeça vendo ela prestar uma reverência, era raro, mas sempre fazia isto quando estávamos na frente de outros. Elas me mostravam respeito e admiração diante a corte, alguns diriam que deviam até a vida, mas elas cultivavam minha imagem e seus status com sabedoria.
Seguindo o criado pelo jardim minha mente vagou por um milhão de possibilidades, ele poderia querer falar sobre o nosso casamento, isso iria acontecer uma hora ou outra.
Quando o encontro encostado numa árvore com uma maçã na boca ódio me ferve, porque os deuses fariam algo tão cruel e o deixaria ter tudo que quer? Ele parecia uma das estátuas que esculpiam, relaxado e casual, como se não fosse ameaçador.
— Minha linda noiva. —
Colocando a maçã atrás das costas ele olha para o criado e o manda embora com o queixo, sabiamente o férrico obedece.
Puxando minha mão para um beijo tento engolir quando seus lábios tocam minha pele, estou cansada de fingimentos, ele não é o cordeiro que aparenta.
— O que quer Sebastian? —
Tombando a cabeça pro lado alguns fios caem.
— Eu já tenho tudo que quero. —
Evitei revirar os olhos, mas não contive meu fôlego forte, claro que ele tinha.
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A COROA DE SOMBRAS
Fantasy❝ A algumas pessoas que tendem a andar na escuridão, seja por conforto ou por se interessar pelo o que vive lá, uma criatura das trevas tem muitas cartas na manga. Ela descobrirá que jamais poderá botar limites nos seus atos e irá ver coisas que ja...